As exportações de ovos do Brasil com destino aos EUA quase que dobraram enquanto o país norte-americano enfrenta um surto de gripe aviária. Os produtos antes eram usados apenas para ração animal.
Agora, está sendo considerada a flexibilização das regulamentações para ovos postos por frangos criados para corte, ao passo que o governo de Donald Trump tenta encontrar soluções para reduzir o aumento dos preços causados pela gripe aviária.
Os supermercados dos EUA não vendem nenhum dos ovos de galinhas brasileiras ou de frangos de corte, porém, eles poderiam ser usados em alimentos processados, como misturas para bolo, sorvete ou molho para salada, liberando mais ovos frescos para os compradores.
Seria preciso uma alteração nas regulamentações para permitir o uso de ovos de frangos de corte. No entanto, alguns especialistas em segurança alimentar advertiram que isso poderia contaminar os produtos alimentícios com bactérias nocivas, segundo a “CNN Brasil”.
Apesar das disputas comerciais de Trump ameaçarem interromper as cadeias de suprimentos e aumentarem os custos de produtos frescos e outros itens, a escassez de ovos pressionou a inflação de alimentos.
Um plano de R$ 1 bilhão para reduzir os preços dos ovos foi anunciado pelo governo em fevereiro, o que inclui ajudar os agricultores a evitar a disseminação do vírus e pesquisar opções de vacinas.
Além do Brasil, o governo Trump também está importando ovos de outros países como a Turquia e a Coreia do Sul, que normalmente enviam poucos ovos para os EUA. O país norte-americano também pediu um aumento de exportações à Europa.
As importações de ovos do Brasil pelos EUA em fevereiro aumentaram 93% em relação ao ano anterior, informou a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).
Comércio exterior brasileiro no agronegócio cresce e supera EUA
O Brasil consolidou sua posição como maior exportador mundial de commodities do agronegócio, ultrapassando os Estados Unidos e alcançando US$ 137,7 bilhões em exportações no ano passado.
O crescimento foi impulsionado pelo aumento da produtividade, por safras recordes e pelo cenário global favorável, segundo estudo da Insper Agro Global.
O especialista em comércio exterior e diretor da Tek Trade, Sandro Marin, destaca que a disputa comercial entre Estados Unidos e China tem sido um fator determinante para a expansião do agro brasileiro.
“O Brasil se tornou o principal fornecedor de produtos agropecuários para a China, que busca alternativas diante das tarifas impostas aos produtos americanos”.
Demanda chinesa e guerra comercial impulsionam o agronegócio no Brasil
Além da China, novos mercados estão sendo abertos para os produtos brasileiros, fortalecendo ainda mais a presença global do setor.
Dados do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) mostram que, em janeiro deste ano, o Brasil exportou US$ 11 bilhões em produtos agropecuários, com destaque para a ampliação das vendas para Paquistão, Bangladesh e Turquia.