Em uma medida com forte impacto nas relações comerciais com a China, o governo de Donald Trump decidiu retirar tarifas de importação sobre uma série de produtos eletrônicos, incluindo celulares, computadores, televisores e equipamentos de escritório.
A mudança representa um alívio significativo, cobrindo cerca de 23,8% das importações americanas vindas da China em 2024.
Segundo levantamento do blog, os produtos agora isentos somam US$ 104,5 bilhões em compras feitas ao longo do ano passado.
A isenção abrange itens que estavam sujeitos a tarifas entre 10% e 145%, impostas sob a chamada “tarifa recíproca” aplicada globalmente — mas com taxas mais elevadas para produtos chineses.
Impacto da decisão de Donald Trump
O anúncio foi feito na noite de sexta-feira pelo Serviço de Alfândega e Proteção de Fronteiras dos EUA, que divulgou uma lista com 20 categorias de produtos que deixam de ser tarifadas.
Entre elas, destacam-se os aparelhos telefônicos — principal item de importação da China há anos — que sozinhos responderam por US$ 50,8 bilhões em 2024.
Outros produtos que passam a ter entrada livre de tarifas incluem máquinas automáticas para processamento de dados (US$ 36,2 bilhões), televisores (US$ 6,7 bilhões), componentes de equipamentos de escritório (US$ 6,5 bilhões), além de semicondutores, circuitos integrados e mídias para gravação.
Repercussões e implicações futuras
A decisão sinaliza um possível reposicionamento da política tarifária dos EUA em relação à China, reduzindo a pressão sobre setores estratégicos da tecnologia e da indústria eletrônica.
Lula sanciona lei que responde às tarifas de Trump
Em um gesto direto ao governo dos EUA, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou na última sexta-feira (11), sem vetos, a chamada Lei da Reciprocidade.
A medida foi aprovada pelo Congresso em regime de urgência na semana passada, como reação ao recente “tarifaço” imposto pelo presidente norte-americano, Donald Trump.
De acordo com a Secom (Secretaria de Comunicação Social) da Presidência, a sanção foi oficializada, mas o conteúdo completo da nova legislação só deve ser publicado no Diário Oficial da União na próxima segunda-feira, dia 14.
A nova lei cria uma estrutura legal para que o Brasil possa responder a políticas unilaterais que afetem negativamente sua competitividade internacional.
Entre os instrumentos previstos estão a suspensão de concessões comerciais, investimentos e obrigações ligadas a direitos de propriedade intelectual.