O FMI (Fundo Monetário Internacional) disse, nesta quinta-feira (18), que os EUA não devem cortar os juros até o final de 2024 e que o governo preciso aumentar a arrecadação de impostos para desacelerar a dívida federal.
As sugestões constam no relatório detalhado da revisão anual do “Artigo 4º” do FMI, sobre as políticas econômicas dos EUA.
O Fundo tem enfatizado a necessidade de maior prudência fiscal, uma vez que os déficits dos EUA continuam aumentando, apesar do crescimento econômico robusto.
O economista-chefe do FMI, Pierre-Olivier Gourinchas, disse à Reuters na terça-feira (16) que o Fed pode se dar ao luxo de esperar mais tempo para começar a afrouxar sua política monetária devido a um mercado de trabalho forte.
Mas o relatório especifica que essa mudança deve ocorrer somente “antes do fim de 2024”, para evitar mais surpresas positivas nos dados de inflação.
“Dados os riscos salientes de alta para a inflação – evidenciados pelos resultados dos dados no início deste ano – seria prudente reduzir a taxa somente depois que houver evidências mais claras nos dados de que a inflação está retornando de forma sustentável à meta de 2%.”
Livro Bege: economia dos EUA caminhou para equilíbrio maior
O Livro Bege, documento que expõe as observações das autoridades presentes nas reuniões do Fomc (Comitê de Mercado Aberto) do Fed (Federal Reserve), revelou que a economia dos EUA caminhou para maior equilíbrio entre a inflação e o mercado de trabalho. Isto dentro do período avaliado pelos membros até os encontros em 11 e 12 de junho.
Os participantes do Fomc relataram, diz o Livro Bege, que a atividade econômica mostrou sinais de desaceleração em 5 distritos, número superior ao que foi percebido na reunião de maio.
Contudo, os sete distritos que formam maioria seguem em ritmo de crescimento moderado na economia.
O Livro Bege também expôs que o mercado de trabalho continua com um ritmo de avanço lento na maioria das regiões dos EUA.
Os salários seguem a crescer moderadamente em todas as regiões mas, em algumas delas, notou-se uma desaceleração salarial, por conta do aumento dos trabalhadores disponíveis e redução da competição, segundo o documento.
Os gastos dos consumidores mudaram pouco no período observado pelas autoridades do Fed. Todavia, em algumas regiões foram registrados varejistas fazendo saldões de desconto, de acordo com o “Valor”.
Além disso, notou-se ainda uma queda nos empréstimos bancários para empresas e famílias na maioria das regiões, segundo o Livro Bege.