A presidente do Fed (Federal Reserve) de Boston, Susan Collins, declarou nesta terça-feira (18) que não se deve deixar levar por dados recentes de inflação que apontam que as pressões inflacionárias podem estar recuando novamente para a meta do BC (Banco Central) dos EUA.
“Ainda é muito cedo para determinar se a inflação está em um caminho duradouro de volta à meta de 2%”, disse a diretora em discurso nos EUA, de acordo com o InfoMoney.
“Não devemos reagir de forma exagerada a um ou dois meses de notícias promissoras, assim como não foi apropriado tirar muitos sinais dos dados decepcionantes no início deste ano”, acrescentou ela.
Collins, que no momento não tem direito a voto no Fomc (Comitê Federal de Mercado Aberto), também declarou que agora não é o melhor momento para o Fed reduzir os juros. Ela justificou a afirmativa com o fato de que o banco precisa ter mais evidências de que as pressões dos preços estão diminuindo antes de fazer qualquer movimentação.
“Continuo sendo uma otimista realista — otimista de que podemos restaurar a estabilidade dos preços em um período razoável de tempo em meio a um mercado de trabalho que permanece saudável, embora realista quanto aos riscos e incertezas dessa perspectiva”, comentou ela.
EUA: dados do varejo são animadores para corte de juros
Os dados do varejo dos EUA, divulgados nesta terça-feira (18), vieram abaixo das expectativas do mercado. O resultado foi de crescimento de 0,1% em maio, contra a projeção de 0,2% do consenso LSEG de analistas.
Além disso, o dado referente ao mês de abril foi revisado para baixo. Antes, o resultado indicou estabilidade, mas foi ajustado para queda de 0,2% ante março.
As informações, apontam especialistas ouvidos pelo BP Money, são animadoras para a possibilidade de corte de juros no segundo semestre. Paulo Gala, economista-chefe do banco Master, afirma que os resultados indicam atividade mais fraca nos EUA.