Inflação baixa

EUA: mercado sobe apostas em cortes de juros após CPI

A projeção é que o Banco Central dos EUA reduza em 1 ponto percentual sua taxa de juros até o final do ano

Foto: EUA/CanvaPro
Foto: EUA/CanvaPro

As expectativas de que o Fed (Federal Reserve) deve retomar com os cortes nas taxas de juros dos EUA em junho se fortaleceram nesta quinta-feira (10). Operadores aumentaram as apostas após os novos dados do CPI (índice de preços aos consumidores).

A projeção é que o Banco Central dos EUA reduza em 1 ponto percentual sua taxa de juros até o final do ano, isto porque os dados mostraram que a inflação norte-americana no mês de março foi mais branda do que os economistas esperavam.

A projeção anterior à divulgação dos dados, que mostraram que os preços ao consumidor subiram 2,4% em março, ante 2,8% em fevereiro, era de que o Fed cortaria as taxas de juros em 75 pontos-base ao longo do ano.

CPI dos EUA registra queda inesperada de 0,1% em março

inflação ao consumidor nos EUA surpreendeu em março ao registrar deflação de 0,1%, revertendo a alta de 0,2% observada em fevereiro, conforme dados divulgados nesta quinta-feira (10) pelo Departamento do Trabalho. O resultado levou o índice anualizado de inflação a 2,4%.

As expectativas de mercado, de acordo com pesquisa da Reuters, apontavam para um leve aumento de 0,1% no mês, cenário que considerava o recuo nos preços da energia e a dissipação dos reajustes aplicados no início do ano.

Para o acumulado de 12 meses até março, as projeções indicavam uma inflação de 2,6%, abaixo dos 2,8% registrados em fevereiro, o que já sinalizava uma possível desaceleração — embora em ritmo menos acentuado do que o que se confirmou.

O que dizem os analistas sobre o CPI de março?

Em análise sobre o índice de preços ao consumidor (CPI) dos EUA, Danilo Igliori, economista-chefe da Nomad, destacou que a queda de 0,1% no CPI em março resultou em um alívio momentâneo, mas alertou para os desafios futuros.

“O crescimento abaixo do previsto no núcleo do CPI foi impactado pela redução do componente de habitação, que vinha sendo o maior responsável pelos aumentos anteriores e um dos mais preocupantes por ser mais persistente”, afirmou.

O profissional também comentou sobre o impacto das tarifas de importação e as incertezas associadas, principalmente em relação à China, com a tarifa atual de 125%.