As expectativas de um cenário mais duro para as empresas de tecnologia em 2022 foram reforçadas com o possível aumento das taxas de juros norte-americanas a partir de março, sinalizado nesta quarta-feira (26) pelo Federal Reserve (Fed, banco central norte-americano).
Apesar da elevação de juros ser um fenômeno previsto por economistas e especialistas da área, a dúvida sobre qual será a velocidade do aperto monetário ainda permanece sobre o radar do mercado. Seja em um cenário próximo ou distante, fato é que as companhias do setor de tecnologia serão uma das mais afetadas e a expectativa é de que as empresas deste setor que já se iniciaram no mercado financeiro, realizando IPO, enfrentem uma baixa nos preços das ações, e startups poderão ter maior dificuldade para atrair investidores.
“Isso ocorre porque, quando as taxas de juros aumentam, há uma re-precificação das ações. Se uma empresa de tecnologia que antes conseguia captar crédito a custo zero passa a ter uma taxa atrelada a esse crédito, o valor de sua operação tende a ficar mais caro. Logo, há uma revisão no valor da empresa e, naturalmente, nos preços dos papéis”, explica Rodrigo Franchini, head de Relações Institucionais e sócio da Monte Bravo Investimentos.
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De acordo com o especialista, as empresas de tecnologia já sofriam um cenário insalubre desde o ano passado, ao registrarem queda por semanas consecutivas. Em sua análise, a expectativa é de que continuem a sofrer perdas. “Esse movimento impacta especialmente as techs porque, em geral, elas dependem do dinheiro de ações para continuar a crescer”, disse.
Franchini reitera que a reunião desta quarta-feira (26) não foi “necessariamente uma surpresa, mas mesmo assim serviu de alerta para o setor de inovação”.
