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Euro: PIB fica dentro do esperado e sobe 0,1% no 3T23

Os resultados divulgados nesta terça-feira (14) vieram em linha com as estimativas dos analistas

O PIB (Produto Interno Bruto) da zona do euro teve um leve crescimento de 0,1% no terceiro trimestre de 2023 (3T23), na comparação com o mesmo período do ano passado. O resultado em relação aos três meses imediatamente anteriores, foi de queda de 0,1% segundo dados divulgados nesta terça-feira (14/11) pelo Eurostat, o escritório oficial de estatísticas da União Europeia (UE).

No segundo trimestre de 2023, o PIB da zona do euro havia avançado 0,2%. Os resultados divulgados nesta terça-feira (14) vieram em linha com as estimativas dos analistas.

Segundo os números do Eurostat, o PIB da UE ficou estável no terceiro trimestre, com variação nula em relação ao trimestre anterior. Já na comparação anual, a atividade econômica na UE cresceu 0,1%.

O número de pessoas empregadas aumentou 0,3% na zona do euro e 0,2% na UE no
terceiro trimestre, na comparação com os três meses anteriores.

Já em relação ao mesmo período do ano passado, a alta na na zona do euro foi de 1,4% e, na UE, de 1,3%.

Europa: o que explica as recentes quedas nas bolsas do continente?

As bolsas da Europa vêm chamando atenção do mundo por conta de suas sucessivas quedas em outubro. Os principais índices do velho continente registraram perdas significativas nas últimas semanas.

Especialistas ouvidos pelo BP Money avaliam que as bolsas europeias sofrem com problemas internos, como a elevação de juros para conter a inflação e a guerra na Ucrânia, e também com fatores externos, como as incertezas vindas dos EUA e a recente eclosão do conflito entre Israel e Hamas.

“O mercado acionário europeu vem refletindo a queda de atividade econômica do bloco, em especial na sua principal economia, a Alemanha. O processo de elevação da taxa de juros, implementado pelo BCE e pelo BoE, para conter a alta da inflação, tem surtido efeito e desacelerado a atividade. Alguns analistas da área econômica indicam que o bloco pode estar próximo de uma recessão”, indicou a estrategista de renda variável da InvestSmart, Mônica Araújo.

“Numa visão mais ampla, deve-se considerar também o que ocorre em outras economias e que interfere nos ativos de risco globalmente, consequentemente nos mercados europeus também, que são a alta da taxa de juros de longo prazo nos EUA e mais recentemente, o conflito entre Israel e o Hamas. Portanto, não somente fatores internos da Europa, mas também e principalmente, fatores externos, explicam essa volatilidade nos mercados acionários da região”, acrescentou.

O fraco desempenho da economia europeia já está se refletindo nas empresas. Entre as companhias que divulgaram resultados do terceiro trimestre, a francesa de cosméticos L’Oréal perdeu 1,54%. Já a finlandesa Nokia, anunciou queda de 15% nas vendas e um plano para a demissão de 14 mil funcionários.

“Uma série de grandes empresas estão divulgando balanços nos últimos dias e mostrando receitas, lucratividades ou margens menores do que se esperava”, alertou o economista Rica Mello.

Para ele, as incertezas relativas ao novo conflito no Oriente Médio e aos juros nos EUA, devem manter o cenário desfavorável para a economia do continente por mais tempo.

“Aiinda não entendemos exatamente como e quando a guerra vai terminar como ou quais são os atores que ainda vão se envolver nela. Então, enquanto isso não acontece, enquanto os resultados das empresas europeias também não mostram resultados melhores, enquanto os números de inflação de juros americanos também não forem bons, entendo que essa volatilidade vai continuar. As oscilações vão continuar com uma tendência muito mais de queda do que de alta”, afirmou Mello.