O ex-chefe do Departamento de Operações do Mercado Aberto (Demab) do Banco Central (BC) e atual estrategista-chefe da Renascença, Sérgio Goldenstein, afirmou nesta terça-feira (19) que caso seja definido que o Auxílio Brasil utilize parte dos recursos fora do teto de gastos, o Comitê de Política Monetária (Copom) se veria forçado a elevar o ritmo de alta da taxa Selic para conter a assimetria de alta da inflação no balanço de riscos.
“Caso se confirmem as notícias sobre o auxílio, o mais coerente seria ele [COPOM] acelerar a passo de alta da Selic, porque o balanço de riscos piora de forma significativa. Além de se piorar o câmbio e desancorar as expectativas de inflação, pode haver também um aumento da taxa neutra de juros”, declara Goldenstein.
Segundo o estrategista, a atuação do BC poderia ser mais eficiente se seguisse outra lógica. “Ele afirma que a autarquia poderia “aprimorar” a sua forma de atuação. “Não vejo muito ganho de ele anunciar [a venda à vista] na véspera em que vai fazer leilão. É melhor soltar leilão no próprio dia e atuar de forma mais discricionária e imprevisível”, avalia o especialista.