O diferencial de juros entre os EUA e o Brasil pode ter pressionado ainda mais o câmbio nacional no último mês. No entanto, questões relacionadas com o fiscal e um fluxo de saída de capital — possivelmente associado às “bets” — podem estar pesando sobre a moeda. A afirmação é da ex-diretora de Assuntos Internacionais do BC (Banco Central), Fernanda Guardado.
“Nós imaginávamos que o real teria um desempenho melhor diante dessa divergência entre os ciclos monetários do Brasil e do Fed”, disse Guardado, de acordo com o “Valor”. Atualmente, a ex-BC é chefe de pesquisa para a América Latina no BNP Paribas.
O dólar avançou cerca de 2% desde 18 de setembro, dados em que o Fed (Federal Reserve), o BC dos EUA, anunciou o corte nas taxas de juros em 0,5 pp (ponto percentual), enquanto o BC brasileiro anunciou o aumento da Selic (taxa básica de juros) em 0,25 ponto, para 10,75% ao ano. No acumulado, a divisa norte-americana subiu 15%, enquanto o real está entre as piores moedas emergentes.
Além do receio com a política fiscal brasileira, que mantém o mercado mais atento ao noticiário sobre as contas públicas, a especialista acredita que o fluxo de saída no câmbio para apostas on-line e até mesmo investimentos em criptoativos também pode estar afetando a moeda brasileira.
Segundo Guardado, as expectativas sobre as eleições norte-americanas em novembro são outro ponto de atenção, pois devem impactar o desempenho da divisa brasileira.
Citi revisa pico da Selic para 12% visando cenários do BC
No cenário projetado por Leonardo Porto, economista-chefe do Citi para o Brasil, o BC (Banco Central) deve acelerar a alta da Selic para 0,50 ponto percentual na próxima reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), em novembro.
Sendo assim, a taxa básica de juros deve chegar a 12%, no pico do ciclo, em função da piora das projeções feitas pela autarquia, segundo o executivo.
Anteriormente, o Citi previa que a Selic encerraria o ciclo de alta em 11,50%, mas de acordo com Porto, a revisão do banco se dá em meio a expectativas de inflação desancoradas na casa de 4% — acima da meta de 3% — além da perspectiva de uma apreciação ainda limitada do real.
Buffett ultrapassa ex-CEO da Microsoft; se torna o 8º mais rico do mundo
Warren Buffett, fundador da Berkshire Hathaway, superou o ex-CEO da Microsoft, Steve Ballmer, e assumiu a posição de oitava pessoa mais rica do mundo.
O icônico investidor adicionou US$ 3,14 bilhões à sua fortuna com a valorização de 1,99% nas ações da Berkshire Hathaway, enquanto Ballmer sofreu uma perda de US$ 153 milhões devido à leve queda de 0,12% nos papéis da Microsoft.
Com isso, o patrimônio de Buffett alcançou US$ 146 bilhões, ultrapassando o de Ballmer, que agora totaliza US$ 145 bilhões.