SÃO PAULO, SP, WASHINGTON, EUA (FOLHAPRESS) – Em visita aos Estados Unidos, Fábio Faria, ministro das Comunicações, tenta fechar uma parceria com a SpaceX, fundada pelo bilionário Elon Musk, para conectar regiões remotas do Brasil com internet por satélite.
A companhia espacial tem cerca de 4.500 satélites que orbitam em baixa altitude. A categoria inclui equipamentos que ficam em órbita a até 2.000 km de altitude. Como comparação, aviões comerciais voam a cerca de 10 km acima do solo.
“Estamos querendo fazer uma parceria com eles [SpaceX], com o governo brasileiro, para conectar todas as escolas rurais que estão faltando, as comunidades indígenas, todos os locais remotos no Brasil”, afirmou Faria em uma rede social nesta segunda-feira (15).
A parceria também poderá ajudar na preservação da Amazônia, segundo o ministro. A ideia é que a cobertura de internet no local facilite o monitoramento realizado pelo governo.
Faria visitou a fábrica da SpaceX, na Califórnia, nesta segunda (15) e se reuniu com Gwynne Shotwell, diretora de operações da empresa. Ele ainda cumpre agenda no Texas, onde deverá se encontrar com Elon Musk, diretor da SpaceX na terça (16).
Disputando mercado com outras gigantes como a Amazon, Musk deve investir US$ 30 bilhões (R$ 162,5 bilhões) no projeto chamado Starlink, que já colocou em órbita mais de 1.500 satélites para fornecer internet a quase 70 mil usuários.
Em julho, a SpaceX já firmou parceria com o Chile, onde vai habilitar internet a duas cidades. Para fazer a conexão, a empresa entregou kits de recepção de sinal de satélite, que permitirão serviços gratuitos de acesso por um ano. Depois, o custo deve ser absorvido pelos municípios. A Starlink se comprometeu a oferecer um potencial de velocidade de download que varia de 50 a 150 Mb/s,
Faria também se reuniu com a britânica OneWeb, que atua no mesmo setor, possui 350 satélites de baixa órbita e pretende dobrar a operação no próximo ano. Assim como a SpaceX, a empresa já pediu licença para a Anatel para operar no país.
O encontro com a OneWeb ocorreu na quinta (11), em Glasgow, cidade que sediou a COP 26, conferência do clima das Nações Unidas.
Em 5 de novembro, o governo realizou o leilão do 5G, que movimentou R$ 47,2 bilhões e gerou obrigações para as operadoras vencedoras dos lotes nos próximos 20 anos.
Claro, Vivo e Tim, que arremataram lotes nacionais, terão de implementar projetos de conectividade em escolas públicas. Tim, Algar Telecom e Fly Link levaram lotes regionais que possuem a mesma exigência.