O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, afirmou nesta quinta-feira (22) que o Plano Safra 2023/24 deve ultrapassar o valor de R$ 400 bilhões. O anúncio do plano está marcado para a próxima terça-feira (27).
“Acho que vai ultrapassar os R$ 400 bilhões. O que falta acertar são os últimos detalhes, que são os prêmios para as boas práticas de sustentabilidade feitas pelos produtores brasileiros”, disse o ministro a jornalistas após a reunião com o secretário de Política Econômica, Guilherme Mello, e o subsecretário de Política Agrícola e Negócios Agroambientais, Gilson Bitencourt.
Fávaro participou de reunião com os assessores do ministro Fernando Haddad, que está em viagem para a Europa, na sede do Ministério da Fazenda. A intenção do Ministério da Agricultura é anunciar um Plano Safra com foco na sustentabilidade, mas depende de mecanismos para fazer esse incentivo “verde”.
Fávaro destacou que o “tamanho” e os valores do Plano Safra já foram definidos na segunda (19), na reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, tanto o volume final de financiamento quanto o orçamento destinado à equalização dos juros. “Agora estamos discutindo só a forma do prêmio da sustentabilidade”, declarou.
Agro deve produzir R$ 1,179 trilhão em 2023, 3,8% a mais que 2022
As estimativas do VBP (Valor Bruto da Produção Agropecuária), obtidas com base nas informações de safras, indicam um valor de R$ 1,179 trilhão para 2023, superior em 3,8% em relação ao valor de 2022, que foi de R$ 1,135 trilhão, segundo estimativa do Ministério da Agricultura e Pecuária.
De acordo com a pasta, o valor é influenciado pelos preços agrícolas, que têm sofrido redução para vários produtos, entre eles milho, soja e trigo, que têm forte relevância no cálculo do VBP. Os preços recebidos pelos produtores de soja e milho estão, respectivamente 8,93% e 14,37% abaixo dos preços do mês de abril.
As lavouras têm um faturamento previsto em R$ 835,5 bilhões, 6,3% acima do obtido no ano passado. Tiveram bom desempenho produtos como amendoim, arroz, banana, cacau, cana-de-açúcar, feijão, laranja, mandioca, milho, soja e tomate.
A pecuária, com faturamento de R$ 343,8 bilhões, apresenta uma retração real de 1,8% em relação a 2022. Contribuição positiva é dada pela carne suína, leite e ovos, e contribuição negativa vem de carne bovina (- 7,3%) e carne de frango ( -6,0%).
Poucos produtos agrícolas neste ano estão tendo redução do VBP, como algodão pluma, com retração de -7,3%, batata inglesa (-8,1%), café (-4,5%) e trigo (-12,8%). Esse resultado ocorre devido principalmente à retração de preços, como no caso do algodão, café e trigo.