A fim de “ajustar as expectativas” para não transformar a meta de 2025 em algo grande demais, o ministro Fernando Haddad e o seu núcleo duro do Ministério da Fazenda decidiram alterar a meta fiscal do ano que vem para zero. A informação é da coluna de Renata Agostini, do O Globo.
Anteriormente, a Fazenda havia falado em um superávit de 0,5% do PIB. Com a mudança, o governo poderá até entregar déficit em 2025, já que o novo arcabouço fiscal permite um intervalo de tolerância de até 0,25 ponto percentual, ou cerca de R$ 30 bilhões.
Avaliação da pasta é que o mercado já entendeu que o governo é “sério” e está comprometido com o ajuste fiscal. Mas é preciso “dosar” as expectativas conforme a realidade da política.
A medida será tomada via PLDO (Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentária), que estabelece as principais prioridades nas contas da administração pública para o ano seguinte.
O anúncio será feito nesta segunda-feira (15), às 16h30, em apresentação do Ministério do Planejamento e Orçamento.
Tebet: governo terá “visão real” sobre meta fiscal em maio
A ministra do Planejamento, Simone Tebet, disse, na última terça-feira (2), que maio será o mês em que o Governo Federal terá uma “visão real” sobre a meta fiscal em 2024.
Tebet ressaltou que a meta de déficit zero para 2024 não está sendo rediscutida. “Na meta deste ano, ‘A’ menos ‘B’ tem que dar zero. É mês a mês que a gente vai avaliar”, disse a ministra”, afirmou a ministra.
Em maio é quando o governo publica o segundo relatório bimestral de avaliação de Receitas e Despesas. O primeiro, divulgado no final de março, revelou um déficit de 0,1% do PIB, admitido dentro da banda do arcabouço fiscal.
Governo Lula projeta novo resultado de déficit primário para 2024
Apesar do ministro Fernando Haddad (PT) ter comemorado os resultados do Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas Primárias (RARDP) do primeiro bimestre deste ano, anunciado nesta sexta-feira (22), o Governo Lula fez uma nova projeção para o déficit, estimado em R$ 9,3 bilhões.
Com isso, o déficit seria de 0,1% do PIB (Produto Interno Bruto). O valor destoa do que foi acordado na Lei Orçamentária Anual, aprovada pelo Congresso e sancionada pelo presidente Lula (PT). O Governo Lula, no ano passado, previu um superávit de R$ 9,1 bilhões, de acordo com o InfoMoney.
No entanto, o novo valor acompanha o intervalo de tolerância da meta primária, definida em um déficit zero. A razão disso seria o novo marco fiscal, que tem 0,25 ponto percentual para cima ou para baixo, relativo à meta central de equilíbrio fiscal estabelecida.