Em meio às incertezas quanto ao quadro econômico e político do Brasil nos próximos meses, a reabertura da economia provocada pela vacinação não tem sido suficiente para animar os brasileiros quanto às perspectivas de crescimento da economia no curto prazo. Com relação à própria situação financeira, o pessimismo aumentou.
Segundo a terceira edição da pesquisa trimestral Radar Febraban de evolução da expectativa econômica dos brasileiros, cerca de dois terços dos entrevistados disseram esperar por sinais mais consistentes de melhoria da economia somente a partir do ano que vem, em linha com os resultados extraídos em junho.
Na outra ponta, apenas 9% acreditam em uma recuperação firme da atividade doméstica ainda em 2021.
O levantamento mostrou também que cerca de 55% da população diz não esperar que a própria situação financeira se recupere ainda em 2021.
O resultado representa uma ligeira deterioração na percepção dos entrevistados -em junho, foram 52% os que disseram não ver perspectivas de melhorias em sua situação. Apenas 18% responderam ter a expectativa de melhorar a situação financeira neste ano, queda de cinco pontos percentuais em relação a junho.
A pesquisa foi realizada pelo Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (Ipespe) com 3.000 pessoas entre os dias 2 e 7 de setembro. A margem de erro é de 1,8 ponto percentual para mais ou para menos.
O aumento do desemprego e a queda do poder de compra, bem como a elevação da inflação, do custo de vida e da taxa de juros aparecem como as principais preocupações no radar dos entrevistados.
Para aproximadamente 75% deles, tanto os juros como a inflação e o custo de vida tendem a aumentar no horizonte de seis meses à frente. E cerca da metade espera por um aumento do desemprego e por uma queda no poder de compra.
“Mesmo com a expectativa de retomada econômica em 2022, predomina a percepção de que alguns dos principais aspectos no campo da economia irão piorar nos próximos seis meses”, aponta o relatório da federação dos bancos.
A pesquisa mostra ainda a predileção pelo investimento em imóveis: 34% dos entrevistados expressaram ter a compra de um imóvel como alternativa preferencial de investimento, caso a situação financeira melhore e sobre algo no fim do mês. Em junho, 27% haviam assinalado tal opção.