A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) afirmou que mesmo um aumento temporário do imposto sobre o crédito aumentará os custos dos empréstimos, principalmente quando o Banco Central (BC) precisar aumentar ainda mais a taxa básica de juros para conter a inflação quando ela subir.
O governo decidiu elevar o IOF (Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro, ou relativas a Títulos ou Valores Mobiliários) relacionado às operações de crédito para pessoas jurídicas e físicas para arrecadar R$ 2,1 bilhões e ajudar a bancar a ampliação Auxílio Brasil (novo programa de transferência de renda que deve substituir o Bolsa Família).
“Esse aumento do IOF é um fator que dificulta o processo de recuperação da economia. Para enfrentar as dificuldades fiscais, evitar impactos negativos no custo do crédito e propiciar a retomada consistente da economia, só há um caminho: perseverarmos na aprovação da agenda de reformas estruturais em tramitação no Congresso”, afirma a entidade.
Para o economista-chefe do banco digital Modalmais, Alvaro Bandeira, o efeito prático e imediato do aumento do IOF é o encarecimento do crédito, que agrava uma situação já adversa por causa da Selic em alta e inflação acelerando.
Essa combinação de juros mais altos e inflação atinge especialmente as empresas menores, que não têm capital e estão com dificuldade maior de obter crédito, assim como as famílias que precisam de crédito.
Segundo o Goldman Sachs, como o IOF é pago diretamente pelo cliente final (tomador), não se espera que as instituições financeiras façam ajustes materiais nos preços de crédito.