Economia

Febraban: rating mostra que Brasil ‘acertou a mão’ na economia

Presidente da entidade, disse que a próxima prioridade do governo deveria ser a reforma administrativa

A Febraban (Federação Brasileira de Bancos) atribuiu ao Ministério da Fazenda, do Banco Central e do Congresso Nacional a elevação do rating do Brasil pela S&P Global, que na terça-feira (19), modificou a nota de crédito do País de BB- para BB.

Segundo o presidente da entidade, Isaac Sidney, o País “acertou a mão” na economia em 2023 e disse que a próxima prioridade do governo deveria ser a reforma administrativa, que ajudaria no controle de gastos, condição importante para a retomada do grau de investimento pelo Brasil.

“Brasil acertou a mão na economia neste ano, o que foi reconhecido pela S&P, pela Fitch e pela Moodys num justo prêmio pelo desempenho econômico e numa clara indicação de que estamos na direção certa”, diz Sidney, em nota. Ele afirma que o País deve crescer acima do que o mercado esperava no início do ano, que a inflação está dentro do intervalo da meta perseguida pelo BC e que as estimativas de longo prazo têm melhorado.

“Isso é fruto de um trabalho sério e focado do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e do Congresso Nacional, que demonstram compromisso do País com as reformas e com uma abordagem pragmática na condução da política econômica e monetária”, afirma o presidente da Febraban. Ele volta a elogiar a aprovação da reforma tributária, afirmando que, no longo prazo, deve trazer ganhos “significativos” de eficiência e produtividade à economia brasileira.

Com a elevação de ontem, a nota do Brasil na S&P ficou dois degraus abaixo do grau de investimento, que aponta as economias com o menor risco para os investidores. O Brasil chegou a deter esse status, mas o perdeu em 2015, durante o governo Dilma Rousseff (PT), marcado por uma crise fiscal.

Na nota, o presidente da Febraban afirma que o Brasil precisa seguir firme na retomada do grau de investimento, mas que isso exigirá um olhar para o quadro fiscal, em especial para o controle de gastos. “Nesse contexto, reforçamos nosso apoio à reforma administrativa, que deveria ser a nova prioridade do governo em sua agenda de reformas”, diz Sidney.

S&P eleva rating do Brasil de BB- para BB com perspectiva estável

A agência de classificação de risco S&P Global elevou o rating do Brasil de BB- para BB, com perspectiva estável. No relatório divulgado nesta terça-feira (19), a agência informou que a elevação foi motivada pela aprovação da reforma tributária. Com a alteração, o País está dois degraus abaixo do grau de investimento.

Segundo a S&P, a aprovação da reforma reforça a “política pragmática” empregada pelo País nos últimos anos. A agência destaca que está na expectativa por novos progressos na redução de desequilíbrios fiscais, na evolução de perspectivas econômicas e na ancoragem de expectativas da inflação.

Por fim, a S&P ressalta que o Brasil deve mater posição extremamente forte, sustentada pela produção forte de commodities e por sua necessidade de financiame nto externo. A estrutura institucional brasileira também recebeu elogios por fornecer “amplos freios e contrapesos” nos Três Poderes.