Austan Goolsbee, presidente da distrital de Chicago do Fed (Federal Reserve) – BC dos EUA – afirmou que se mais indicadores do mercado de trabalho, como o divulgado nesta sexta-feira (3), podem aumentar a confiança no processo de desinflação, gerando mais conforto para o início do ciclo de corte nos juros.
“Quanto mais relatórios de emprego assim tivermos, mais confiantes poderemos estar de que a economia não está superaquecendo”, disse Goolsbee em entrevista à Bloomberg.
Segundo ele, o Fed precisa ter conforto de que a inflação mais alta no começo de 2024 não é um sinal de reaceleração da alta nos preços.
Mesmo não tendo direito à voto nas decisões do Fomc (Federal Open Market Committee), Goolsbee acredita que se o tom do Fed seguir restritivo por muito tempo, será preciso pensar nos impactos sobre o emprego.
Fed: diretora reforça que queda da inflação tem obstáculos
Enquanto isso, Michelle Bowman, diretora do Fed, reforçou, durante discurso em uma convenção anual de banqueiros, nesta sexta-feira, que segue observando que a inflação cairá ainda mais “com taxas de juros estáveis”.
No entanto, ela também ressaltou enxergar “uma série de riscos inflacionários” que são obstáculos a essa expectativa, de acordo com o “Valor Investe”.
Bowman, ao contrário de Goolsbee, tem direito a voto nas decisões do Fed e disse ver progressos no processo de desinflação no 1TRI24. Além disso, segundo ela, os preços “continuam muito mais elevados do que antes da pandemia, o que pesa no sentimento do consumidor”.
Payroll: EUA criam 175 mil vagas de emprego em abril
O payroll divulgado nesta sexta-feira (3) pelo Departamento do Trabalho dos EUA, aponta a criação de 175 mil vagas de trabalho fora do setor agrícola em abril, ficando aquém das expectativas dos analistas.
O consenso LSEG estimava a criação de 243 mil vagas no mês, o que representa uma diferença significativa em relação ao número real divulgado.
Os setores com os maiores ganhos de emprego incluíram saúde, assistência social, transporte e armazenamento.