
O Fed (Federal Reserve) optou pela manutenção dos juros na economia dos EUA entre 4,25% e 4,5% segundo dados da própria instituição divulgados em comunicado nesta quarta-feira (07).
De acordo com o Fomc (Comitê Federal de Mercado Aberto) a decisão se deu diante das incertezas causadas pela guerra tarifária do presidente Donald Trump. Essa marca a terceira manutenção seguidos dos juros nesse patamar.
Fatores que também contribuíram para a permanência da taxa são os recentes dados do mercado de trabalho norte-americano que revelam robustez em seus dados. O setor de serviços cresceu em abril para 51,6 pontos segundo dados do PMI e os EUA criaram 177 mil vagas de trabalho somente no último mês, segundo o relatório payroll.
Os dados reforçam a decisão do Fed de adotar uma abordagem de “esperar para ver”, monitorando os efeitos das políticas comerciais e econômicas antes de ajustar as taxas. Economistas estão comparando a decisão do Fed a um embate entre “uma força imparável e um objeto imovel”, como analogia à pressão sofrida na autarquia pelo mandatário republicano.
Fed teme influência das tarifas na inflação
Apesar das pressões do presidente Trump pelo corte nas taxas para estimular a economia, o Fed decidiu adotar uma postura cautelosa priorizando o controle da inflação. A alta de preços anual está em 2,4%, acima da meta proposta pela autarquia de 2% e previsões apontam para um crescimento de até 6,5% em resposta ao tarifaço do republicano.
Embora o mercado projete até três cortes nas taxas ainda este ano, com o primeiro possivelmente ocorrendo em julho, essa expectativa depende de sinais claros de desaceleração econômica ou redução da inflação.
Até agora, medidas de expectativa da inflação permanecem estagnadas após um salto inicial. A estimativa se alinha com previsões de Christopher Walller, um dos diretores do Fed e defensor da tese que as tarifas dos EUA causarão apenas um aumento temporário da inflação. Apesar das leituras de março indicarem uma queda na inflação, a cautela da autarquia está em consonância com as expectativas do mercado diante da instabilidade global.
Apesar do resultado previsível, investidores estarão atentos a qualquer sinal sobre possíveis cortes nas próximas reuniões. A economia americana sob o comando de Trump, corre o risco de ter seu crescimento desacelerado e inflação acrescida. Caso o cenário se concretize, Powell avalia um “julgamento muito difícil”.