O presidente do Federal Reserve (FED) de Chicago, banco central dos EUA, Austan Goolsbee, fez uma indicação nesta quarta-feira (14) de que a instituição que cuida da política monetária do país não deve esperar a inflação nos EUA retornar à taxa anual de 2,0% para iniciar o corte de juros.
“Não queremos seguir neste nível restritivo de política por muito tempo”, afirmou o membro do FED, em evento no Council on Foreign Relations, em Nova York.
De acordo com o Estadão, o dirigente não vota nas reuniões do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) deste ano, contudo, ele disse que a manutenção da taxa básica em nível restritivo por um período exageradamente longo poderia trazer riscos ao mercado de trabalho.
Ainda em sua concepção, é um erro acreditar que os salários devem desacelerar de forma significativa para que a inflação caía.
Outras afirmações do dirigente do FED
Segundo o veículo, nesse mesmo evento, Goolsbee minimizou o índice de inflação ao consumidor (CPI), divulgado na terça-feira, que se mostrou mais forte que o esperado no país norte-americano. Para ele, seria inadequado se ater ao indicador de apenas um mês.
“está totalmente claro” que a inflação está caindo nos EUA, disse Goolsbee. Conforme dito por ele, a área que ainda inspira cautela é o de preços de habitação.
Em seu discurso no evento, o dirigente do FED também respondeu sobre os riscos associados à desaceleração da economia da China. Segundo o jornal, Goolsbee reconheceu que uma eventual recessão de larga escala no país asiático teria repercussões para os EUA e traria a possibilidade de uma contração da atividade norte-americana.
Fed mantém juros entre 5,25% e 5,50% nos EUA e não sinaliza cortes
O Fomc decidiu manter inalterada a taxa de juros do Federal Reserve (Fed) nos EUA, mantendo-a no intervalo entre 5,25% e 5,50%. No comunicado, em sua primeira reunião de 2024, nesta quarta-feira (31), a instituição evitou sinalizar quanto poderá iniciar o ciclo de cortes de juros.
A ferramenta CME FedWatch, que analisa as probabilidades de alterações nas taxas de juros nos EUA, apontava as expectativas para janeiro com uma probabilidade de 97,9% de que as taxas permaneceriam inalteradas.
Para o mês de maio, as expectativas são significativas. De acordo com a ferramenta, há uma probabilidade de 96,3% de cortes nas taxas de juros.