O Fed (Federal Reserve, Banco Central dos EUA) anunciou nesta quarta-feira (01) que elevou a taxa básica de juros nos EUA em 0,25 ponto percentual, para a faixa de 4,50% a 4,75%. O resultado veio em linha com o esperado pelo mercado. Na última reunião, ocorrida em dezembro, a instituição monetária havia elevado os juros em 0,5 ponto percentual.
“A elevação de 25 p.p já era esperada. O aumento do emprego tem sido forte nos últimos meses e o desemprego segue baixo, o que reforça a necessidade de manutenção da alta de juros. Os gastos das famílias também estão altos e os preços estão pressionados, mostrando que o FED ainda precisa continuar trabalhando para ajustar a inflação. Chama atenção também a preocupação da instituição monetária com a guerra entre Rússia e Ucrânia, que continua trazendo incertezas para os próximos rumos do FED”, afirmou Rodrigo Cohen, analista CNPI e co-fundador da Escola de Investimentos, empresa de educação financeira.
Em texto, a autoridade monetária afirmou que o crescimento de empregos tem sido robusto nos últimos meses. Contudo, reconhece que indicadores recentes apontam para um crescimento modesto de gastos e produção. Além disso, o Fed afirmou que a inflação norte-americana continua elevada, mesmo que tenha registrado um arrefecimento recente.
Dentre os riscos de inflação mencionados pelo BC dos EUA está a guerra da Rússia contra a Ucrânia. A autoridade monetária diz que o conflito segue provocando dificuldades humanas e econômicas, contribuindo com o aumento de incertezas.
Para as próximas reuniões,o Federal Reserve afirmou que vai continuar monitorando os próximos dados econômicos. “As avaliações do comitê vão levar em conta um grande leque de informações, incluindo leituras sobre as condições do mercado de trabalho, pressões inflacionárias e expectativas de inflação, e desenvolvimentos financeiros e internacionais”, disse o Fed.
Livro Bege: inflação desacelerou nos EUA
O Livro Bege, sumário de opiniões que embasa as decisões monetárias do Fed (Federal Reserve, o Banco Central norte-americano), foi divulgado em 18 de janeiro. De acordo com o documento, os preços desaceleraram na maioria dos 12 distritos em que o Fed está presente, ao passo que o mercado de trabalho apertado segue pressionando os salários nos EUA.
Apesar disso, o relatório indica que a alta inflação continua reduzindo o poder de compra dos consumidores, principalmente entre famílias de renda baixa e moderada.
O Livro Bege ainda mostrou que os gastos do consumidor aumentaram ligeiramente desde o último relatório, publicado em 30 de novembro, com alguns varejistas relatando vendas mais robustas durante as festas de final de ano.
Segundo o documento, ao contrário da inflação, o mercado de trabalho ainda não mostra sinais de arrefecimento e permanece apertado. Desta forma, ainda há “elevada pressão salarial” nos EUA.
Para finalizar, o Livro Bege revelou que o emprego continuou subindo na maioria dos 12 distritos do Fed e as empresas seguem com dificuldade para preencher vagas abertas, mesmo diante do aumento da oferta de trabalho em algumas regiões dos EUA.