Uma pesquisa regional de Cleveland do Fed (Federal Reserve) mostrou que a inflação nos EUA pode não chegar à meta de 2%, estipulada pelo autoridade monetária, até meados de 2027.
Isto porque os impactos inflacionários gerados pelos choques da pandemia, em maioria, já foram solucionados. Sendo assim, as razões que mantêm a inflação elevada são “muito persistentes”, segundo escreveu Randal Verbrugge, economista do Fed de Cleveland, em um estudo divulgado na quinta-feira 930).
As cadeias de suprimentos voltando ao normal ajudaram uma com o progresso recente da inflação, o que gerou queda nos preços de alguns produtos, de acordo com a “Bloomberg”.
Além disso, foram excluídas outras duas medidas de inflação ligadas às cadeias de suprimentos: o índice de pressão de cadeia de suprimento global, do Fed de Nova York, bem como o PPI dos bens intermediários essenciais.
Para Verbrugge, isto sugere que as pressão de baixa provenientes dessas fontes estão “quase no fim”.
Dessa forma, o caminho que resta para chegar à meta de 2% do Fed depende de forças intrínsecas, a exemplo da desaceleração do crescimento do salários e que o preço das empresas mude. Segundo o economista, elas levam mais tempo para influenciar a taxa de inflação.
Fed: política monetária está bem posicionada para reduzir inflação
O presidente do Fed (Federal Reserve) de Nova York, John Williams, disse, nesta quinta-feira (30), que o atual cenário da política monetária é o correto para ajudar a inflação a voltar para 2%. Williams, porém, não deu nenhuma pista de quando ele acha que o BC poderá reduzir o custo dos empréstimos de curto prazo.
“O comportamento da economia no último ano fornece ampla evidência de que a política monetária é restritiva de uma forma que nos ajuda a atingir nossas metas […] Considero que a postura atual da política monetária está bem posicionada para dar continuidade ao progresso que fizemos para atingir nossos objetivos”, disse Williams.
Ele acrescentou que as autoridades do Fed “continuarão atentas à totalidade dos dados, para que tomemos decisões que garantam que a inflação volte de forma sustentável para 2%, mantendo um mercado de trabalho forte”.