O Fed (Federal Reserve), Banco Central dos EUA, anunciou, nesta quarta-feira (29), sua decisão de manter as taxas de juros norte-americanas entre 4,25% e 4,50%. A manutenção do níveis atuais reflete uma maior cautela da instituição, considerando o atual momento das ameaças tarifárias que podem gerar inflação.
O movimento já era esperado por analistas do mercado financeiro. Segundo especialistas, a decisão do Fed representa uma pausa no ciclo de flexibilização monetária, em meio a preocupações com possível inflação, em decorrência das políticas do presidente Donald Trump, e sinais de aperto no mercado de trabalho.
“O Comitê julga que os riscos para atingir suas metas de emprego e inflação estão aproximadamente em equilíbrio. A perspectiva econômica é incerta, e o Comitê está atento aos riscos para ambos os lados de seu mandato duplo”, consta no comunicado do Fed.
Os membros do Fomc (Comitê Federal de Mercado Aberto) projetam cortes nas taxas de juros de 0,50 pb (pontos-base) em 2025 e outros 0,50 pb em 2026. Contudo, um dos 19 membros do Comitê não enxerga corte algum das taxas em 2025; 4 membros veem um único corte; 10 acreditam em dois corte; 3 enxergam 3 cortes; 1 vê 5 cortes.
Dirigente do Fed: CPI mostra que inflação está a caminho da meta
Tom Barkin, o presidente distrital do Fed de Richmond (Federal Reserve), o banco central dos EUA, disse em evento nesta quarta-feira (15) que o CPI (índice de preços ao consumidor) de dezembro mostra que a inflação do país está caminhando em direção à meta de 2%, mas as taxas de juros devem permanecer elevadas.
“Eu ainda acho que devemos ser cautelosos para chegar à reta final, de volta aos 2%”, afirmou Barkin. O dirigente não votará nas decisões sobre as taxas de juros do Fed neste ano.
Conforme dados do Departamento do Trabalho dos EUA, em dezembro, o CPI subiu 0,4%, acima da expectativa de 0,3% dos analistas.
No entanto, o núcleo subiu 0,2%, levemente abaixo das expectativas. Na base anual, o índice teve alta de 2,9%.