Neel Kashkari, presidente do Fed (Federal Reserve Bank) de Minneapolis, afirmou que apesar da postura da autoridade monetária ser restritiva, os legisladores não descartaram totalmente um possível aumento adicional nas taxas de juros.
“Não creio que alguém tenha retirado totalmente os aumentos das taxas de juros”, o dirigente do Fed prestou a declaração nesta terça-feira (28), em um evento em Londres, Inglaterra.
“Acho que as chances de aumentarmos as taxas são bastante baixas, mas não quero tirar nada da mesa”, disse.
Kashkari já havia expressado suas observações em entrevista anterior à CNBC. Na ocasião ele afirmou, segundo o “Valor”, que as autoridades deveriam esperar mais provas de arrefecimento da inflação, antes de cortar as taxas de juros dos EUA.
“O crescimento dos salários ainda é bastante robusto em relação ao que pensamos ser consistente com a meta de inflação de 2%”, expressou.
Além disso, para Kashkari, antes que o Fed tome novas decisões, há tempo para avaliar quanta pressão descendente eles estão exercendo sobre a demanda.
Fed não deve fazer mais que dois cortes nos juros, diz Kashkari
No decorrer do evento, Kashkari deixou claro que não adquiriu confiança no processo de desinflação desde a reunião do Fomc (Comitê Federal de Mercado Aberto), em março.
“Quero obter todos os dados que puder antes da próxima reunião do Fomc, antes de chegar a qualquer conclusão […] Mas posso dizer uma coisa: certamente não serão mais do que dois cortes”, afirmou.
A expectativa, de acordo com o “Valor”, é de manutenção das taxas de juros nos maiores níveis dos últimos 23 anos na próxima reunião, em junho. Para Kashkari, para chegar à meta de inflação em 2% não é preciso que o crescimento desacelere e o desemprego aumente.
Ata do Fomc: Fed está ‘inseguro’ e pode apertar mais a política
Segundo consta na ata do Fomc (comitê de política monetária), vários diretores do Fed (Federal Reserve) demonstraram falta de confiança em relação à curva da inflação e mencionaram disposição para apertar ainda mais a política monetária, se necessário.
Os participantes, no geral, afirmaram que os dados recentes, como o CPI mais fraco, não aumentaram a confiança de que a inflação está convergindo para a meta de 2%.
Ainda segundo a ata, alguns participantes apontaram eventos geopolíticos e outros fatores que resultam em gargalos de oferta mais severos ou custos de transporte mais altos – o que poderia pressionar os preços para cima e pesar sobre o crescimento econômico.