Fed poderá reduzir estímulos econômicos este ano, afirma Powell

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A economia e o mercado de trabalho dos Estados Unidos se recuperaram a ponto de o Federal Reserve (o Fed, banco central americano) poder começar a reduzir suas medidas de estímulo até o fim do ano, estimou nesta sexta-feira (27) o presidente da instituição, Jerome Powell.
O titular do Fed não apresentou um cronograma preciso, mas ressaltou que não há pressa em elevar a taxa básica de juros de seus níveis atuais de 0%-0,25%. Ele disse ainda que o órgão não reagirá a pressões inflacionárias que considera temporárias.
Em seu muito esperado discurso no simpósio anual do Banco Central em Jackson Hole, no estado de Wyoming, Powell declarou que, apesar do impacto da variante Delta do coronavírus, a economia americana continua se recuperando e mostrando um forte crescimento do emprego.
Com a campanha de vacinação, muitos comércios conseguiram reabrir e a taxa de desemprego caiu para 5,4% no mês passado, mais perto de seu nível de 3,5% antes da pandemia.
Para Powell, ainda há um caminho a percorrer para a economia e a variante delta do coronavírus adiciona mais incerteza.
Reduzir as compras de títulos manteria ainda uma grande quantidade de estímulo à economia, explicou.
Segundo Powell, “embora a variante delta represente riscos a curto prazo, as perspectivas são de um progresso contínuo até o recorde de empregos”, um dos objetivos da Fed, assim como uma inflação por volta de 2% por um período prolongado.
A recessão pela pandemia foi “a mais curta” e talvez “a mais profunda que temos registro”, enfatizou.
No entanto, com milhões de empregos recuperados, a Fed poderia reduzir suas compras de ativos de seu atual nível de US$ 120 bilhões (R$ 626 bilhões) ao mês.
Quando a pandemia atingiu em cheio a maior economia mundial, a Fed reduziu ao mínimo suas taxas de referência para promover o crédito e o consumo, e começou a comprar massivamente títulos do Tesouro e títulos hipotecários com apoio federal para injetar liquidez no sistema financeiro.
O Federal Reserve da Filadélfia, Patrick Harker, também se pronunciou nesta sexta-feira. Ele afirmou que o banco central norte-americano provavelmente não aumentará a taxa de juros antes do fim de 2022 ou início de 2023.
“Eu gostaria de ver o processo de redução gradual (de estímulos) terminar, ou basicamente terminar, antes de pensarmos em qualquer tipo de aumento na taxa das Fed funds”, disse Harker durante entrevista ao Yahoo Finance. “Portanto, estamos falando provavelmente do fim de 2022 ao início de 2023, antes de pensarmos em qualquer tipo de aumento nas taxas.”
Ele repetiu sua opinião de que gostaria que o processo de redução gradual das compras de títulos começasse “em breve”.

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