O presidente do Banco Central dos Estados Unidos (Fed), Jerome Powell, afirmou que as autoridades precisam estar preparadas para enfrentar a possibilidade da inflação não recuar no segundo semestre de 2022, conforme o aguardado. Powell completou dizendo que com o crescimento da economia norte-americana e o eminente desequilíbrio entre a oferta e demanda, é preciso que os poderes estejam preparados para acontecimentos fora do esperado, como, por exemplo, o não recuo da inflação.
A liderança do Fed disse que a política monetária precisará se adaptar à medida que as autoridades buscam trazer milhões de cidadãos norte-americanos de volta ao trabalho e, ao mesmo tempo, garantir que a recente alta da inflação não se estabeleça.
“Quase todos os analistas esperam que a inflação caia significativamente no segundo semestre do próximo ano. A questão é que não podemos agir como se tivéssemos certeza disso, temos que usar nossa política monetária para abordar a gama de resultados plausíveis, não apenas o mais provável.”, disse Powell durante audiência ao Comitê de Serviços Financeiros da Câmara dos EUA
Ele acrescentou que a recuperação norte-americana está mais forte do que a de outras economias importantes, em parte graças ao apoio fiscal mais robusto. Os gastos do consumidor nos EUA aumentaram em outubro e os pedidos iniciais de auxílio-desemprego estão numa mínima em 52 anos, levando economistas a elevarem suas estimativas de crescimento do PIB para o quarto trimestre.
Ainda assim, a confiança do consumidor recuou para uma mínima em nove meses em novembro devido a preocupações com o aumento do custo de vida e a fadiga da pandemia. A nova variante Ômicron da Covid-19 também está gerando mais incertezas às famílias e empresas.
No mês passado, o Fed iniciou a redução de suas compras mensais de títulos em um ritmo que prevê seu encerramento em meados de 2022. O programa foi implementado no início de 2020 para ajudar a proteger a economia durante a pandemia.