Análise

FGV: Boletim Macro sinaliza alertas para a economia no 2TRI24

A edição de junho do Boletim do FGV Ibre levanta a questão dos impactos negativos das enchentes no RS e outros efeitos negativos

Foto: Unsplash
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Apesar do primeiro trimestre de 2024 ter apresentado bons números para a economia, o Boletim Macro do FGV Ibre (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas) indica que o cenário favorável não deve durar muito tempo.

A edição de junho do Boletim do FGV levanta a questão dos impactos negativos das enchentes no Rio Grande do Sul para o segundo trimestre, mesmo esperando uma recuperação rápida, devidos os auxílios do governo.

A instituição estima que o PIB (Produto Interno Bruto) cresça 0,5% no 2TRI24, comparado ao 1TRI24. Bem como esperam avanço de 2% na base de comparação anual. 

Em paralelo a isso, a perda de confiança do consumidor e dos empresários, a inflação resiliente e as expectativas cada vez mais desancoradas são pontos adicionados aos efeitos negativos, de acordo com o “Valor”.

Armando Castelar e Silvia Matos, coordenadora do Boletim Macro, afirmam que o quadro de curto prazo se mostra relativamente benigno, isto por causa dos indicadores de atividade, inflação e contas externas. 

“O resultado do PIB para o primeiro trimestre confirmou um começo de ano forte para a atividade econômica, com elevado crescimento da demanda doméstica e contribuição negativa da demanda externa”, disseram no Boletim Macro do FGV.

FGV Ibre alerta para recuperação do investimento no 2TRI24

“O aumento expressivo da renda disponível das famílias explica em grande medida esse resultado das contas nacionais, devido não apenas ao mercado de trabalho resiliente, mas também às diversas políticas de transferência de renda”, continuam com a análise.

Junto a isso, o FGV Ibre também salientou que, no período, o investimento teve crescimento bastante positivo, de 3,7%. Porém, o documento sinaliza para a sustentabilidade da recuperação do investimento. 

“Os dados referentes ao mês de abril apontam para alguma desaceleração da atividade à frente”, consta no texto.

“A questão é que há aspectos positivos da economia brasileira que não estão sendo tão aproveitados. Temos a recuperação do investimento, mas com cautela […] E a expectativa é que maio seja ruim no que diz respeito a atividade” apontou Matos.