Foto: FreePik
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Apesar da Selic em 15% ao ano, os fundos imobiliários seguem entregando resultados relevantes. Levantamento da Economática mostrou que 54 FIIs com patrimônio acima de R$ 100 milhões pagaram dividendos superiores à taxa básica de juros nos últimos 12 meses.

Os dados chamam atenção. O dividend yield médio do grupo analisado alcançou 55% no período. Além disso, sete fundos registraram retornos acima de 20% ao ano. O destaque foi o Edifício Almirante Barroso (FAMB11), que liderou o ranking com 55,99% de retorno em dividendos.

Outros fundos também apresentaram desempenho elevado: TRXB11 com 23,53%, GZIT11 com 21,52% e ABCP11 com 21,48%. Em muitos casos, os resultados vieram de ativos atrelados ao CDI ou de operações pontuais, como vendas de imóveis, que aumentaram o pagamento de dividendos.

Decisão do Copom deve ter impacto limitado

Segundo Marcos Baroni, head de FIIs da Suno Research, a decisão do Copom de manter a Selic não deve alterar significativamente o comportamento do setor. A decisão já estava no radar do mercado.

Atualmente, o IFIX acumula retorno total próximo a 18% ao ano. Baroni afirma que carteiras bem estruturadas podem alcançar cerca de 20% ao ano, considerando a isenção de imposto de renda para pessoas físicas.

Oportunidades para 2026

Para Gabriel Casonato, sócio da AVIN, este é um momento de transição. Ele recomenda que investidores façam um rebalanceamento gradual, migrando parte do portfólio de fundos de papel (atrelados ao CDI) para fundos de tijolos.

O mercado projeta que o ciclo de cortes deve começar no primeiro trimestre de 2026. Possivelmente já em janeiro. Mesmo assim, Ricardo França, analista da Ágora, lembra que a Selic pode permanecer, em média, em 13% ao ano durante 2026. Por isso, os fundos de papel ainda devem manter atratividade no curto prazo.

Analistas destacam que fundos de shoppings, lajes corporativas e galpões logísticos oferecem boa oportunidade de diversificação. Além disso, muitos desses fundos estão com preços descontados. Isso pode gerar valorização quando o ciclo de flexibilização monetária ganhar tração.