“FIP permite à pessoa física acesso à grandes projetos de infraestrutura”, diz sócio da BRZ, José Neto

Em entrevista à BP Money , o sócio-administrador da BRZ Investimentos falou sobre aspectos da infraestrutura no Brasil e sobre o fundo BRZP11

Em conversa com a BP Money, o sócio-administrador da BRZ Investimentos, José Antonio Neto, falou sobre questões da infraestrutura no Brasil e sobre o fundo BRZP11. 

De acordo com Neto, o setor de infraestrutura no Brasil passou recentemente por mudanças significativas em várias de suas dimensões. Analisando o lado do investimento especificamente, o sócio da BRZ afirmou que “até pouco tempo atrás, a maior parte dos investimentos eram feitos por grandes e médias construtoras, e nesse cenário de atuação a rentabilização do projeto de infraestrutura ficava mais ligado à construção do que à operação, o que sem dúvidas não era o melhor cenário para o usuário final.”

Entretanto, esse processo de rentabilização mudou bastante se comparado aos dias atuais.

“Hoje é possível ver um perfil de atuação do investidor no qual os ganhos do projeto estão muito voltados para sua operação e esse é o melhor cenário para o usuário final, porque tem o projeto de infraestrutura como sendo o foco principal do negócio e do investimento”, disse Neto. “A construção é só uma das prestações de serviços necessários, então temos atualmente um perfil de investidor muito mais voltado para o que são esses projetos e isso com certeza traz maior qualidade para infraestrutura”, concluiu. 

Sobre a atuação do governo dentro dos projetos de infraestrutura, o empresário também destaca algumas diferenças e evoluções importantes, citando os bancos públicos para ilustrar as mudanças. 

“Originalmente, a participação de instituições como o BNDES e a Caixa estava muito ligada ao financiamento dos projetos. Eles eram importantes para esse financiamento e muitas vezes acontecia um financiamento de forma subsidiada”, explicou. “Hoje nós temos esses bancos atuando não apenas como financiadores, apesar do lado de financiamento ter sido reduzido de uma forma bastante significativa, mas como estruturadores do projeto”, destacou. 

Segundo Neto, essa nova forma de atuação dos bancos traz vários pontos positivos. 

“Além de levarem mais qualidade para os projetos que são desenvolvidos e para os editais que vão ao mercado, o investidor privado ganha mais confiança a partir de uma maior transparência e clareza nos termos tratados no negócio”, afirmou.

Em outro tópico da conversa, o sócio da BRZ falou sobre a forma do investimento.

“Originalmente os investimentos eram concentrados em alguns grandes grupos que eram capitalizados para isso e hoje acho que os novos produtos e as novas estruturas disponíveis no mercado de capitais permitem uma nova fonte de dinheiro para o desenvolvimento desses projetos, como as debêntures de infraestrutura e os FIP-IE [fundos de investimentos em participações de infraestrutura]”, disse.

Ainda nesse tema, Neto comenta que há uma democratização nos projetos de infraestrutura.

“Enquanto antigamente apenas grandes corporações e investidores conseguiam participar desse tipo projeto, hoje temos o player pessoa física, que mesmo que qualificado, pode participar através da compra de uma debênture ou pode comprar uma participação efetiva em um projeto através de um fundo de participações”, ressaltou.

Essa democratização foi exatamente o que a BRZ trouxe ao mercado com o lançamento do BRZP11 em 2020. O sócio da empresa afirma que o BRZP11, que é um FIP-IE, permite à pessoa física, ainda que qualificada, o acesso a grandes projetos de infraestrutura. 

“No caso do BRZP11, já temos no portifólio participação no Porto Itapoá, que é um dos maiores terminais de contêiners do Brasil” disse. “Ele mostra avanço nos resultados desde seu lançamento em 2011, além de apresentar uma qualidade diferenciada ao cliente e ser muito reconhecido no mercado como um dos melhores terminais em termos operacionais”, concluiu. 

Neto ainda reitera que esse tipo de participação para pessoas físicas no mercado de infraestrutura é recente, mas que representa uma grande oportunidade de crescimento da fonte de capital para novos projetos 

“Um exemplo disso são os projetos em saneamento depois do novo marco regulatório, os grandes projetos em telecomunicação, em rodovias, em portos e em mais uma série de outras áreas, que usarão, cada vez mais, a pessoa física como fonte de capital, seja em debêntures de infraestrutura lançados ao mercado ou em novos FIP-IE”, afirmou. 

Por fim, o empresário frisou que o FIP-IE tem isenção de imposto de Renda para pessoa física tanto nos rendimentos distribuídos como no ganho de capital. 

“O FIP-IE tem vantagens para atrair a pessoa física, já que possui benefícios fiscais correspondentes a ela”, destacou.