As instituições financeiras apontam o risco fiscal como o principal entrave para a estabilidade financeira nos próximos três anos. O dado foi revelado pela PEF (Pesquisa de Estabilidade Financeira), conduzida trimestralmente pelo BC (Banco Central) com a participação de bancos, instituições de pagamento, cooperativas e gestoras de recursos. As informações foram divulgadas nesta quinta-feira (5).
O levantamento mostrou que o risco fiscal foi mencionado como o maior agravante por 42% das instituições entrevistadas, um leve aumento em relação à edição de agosto, quando o índice era de 41%. Nesta pesquisa, 89 instituições participaram.
Segundo a PEF, os riscos fiscais são considerados os mais relevantes devido ao impacto significativo que podem gerar. Entre as preocupações destacadas estão a sustentabilidade da dívida pública, o arcabouço fiscal e seus reflexos nos preços de ativos e na política monetária, segundo informações do Valor Econômico.
Na sequência, o cenário internacional aparece como o segundo maior fator de preocupação, citado por 27% das respostas.
Em terceiro lugar estão os riscos de inadimplência e atividade, mencionados por 12% dos participantes. O estudo apontou que esses riscos, embora ainda limitados, têm aumentado em probabilidade, refletindo receios com alavancagem, inadimplência de famílias e empresas, e os efeitos do aperto monetário.
Lira critica articulação do governo, mas garante aprovação do pacote fiscal
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), teceu críticas ao modo como o governo federal se articulou no Congresso no quesito pacote fiscal, mas assegurou que as medidas enviadas pelo Ministério da Fazenda serão aprovadas pela Casa “nesta semana ou na outra”.
No momento, segundo Lira, o governo não tem votos na Câmara “sequer” para aprovar a tramitação em regime de urgência do pacote fiscal. No entanto, a Casa está comprometida com a aprovação das matérias pela importância para a preservação do arcabouço fiscal.
Segundo ele, uma parte dos parlamentares da Câmara defende cortes mais duros do que os previstos pela equipe econômica, de acordo com o “Valor”.