Análise

Fitch projeta Selic a 10,25% este ano e mantém previsão do PIB

Espera-se que a taxa chegue a 9,50% em 2025 e 8,50% em 2026

Foto: Unsplash
Foto: Unsplash

A agência de classificação de risco, Fitch Ratings, projetou que a Selic (taxa básica de juros) deve encerrar 2024 em 10,25%, com mais um corte de juros pelo BC (Banco Central), segundo relatório divulgado nesta segunda-feira (17).

Além disso, a agência espera que o cenário em 2025 seja de retomada do ciclo de afrouxamento na política monetária, com a Selic indo a 9,50%. Já para 2026 espera-se que a taxa chegue a 8,50%.

Para a Fitch, o ambiente externo “mais incerto”, devido à estimativa de juros restritivos nos EUA por mais tempo, levou o BC a adotar uma “postura mais cautelosa” quanto à política monetária. 

Em paralelo a isso, a agência também vê as incertezas na política doméstica e o crescimento econômico mais forte que o esperado como fatores que mexeram com a abordagem da autarquia.

 “As expectativas de inflação se desviaram ainda mais acima do ponto médio da meta de 3%, provavelmente refletindo incertezas decorrentes do recente relaxamento dos objetivos fiscais e da próxima mudança de liderança no BC”, escreveu a Fitch.

Além disso, a agência de risco prevê que o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) chegará ao patamar de 4,3% ao final de 2024, enquanto a inflação de serviços segue refletindo “alguma inércia persistente de um mercado de trabalho forte”. Espera-se que o índice fique em 3,8% em 2025.

Fitch vê economia mais estável e PIB em 1,7% em 2024

Quanto ao PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil, a Fitch projetou um crescimento de 1,7% este ano. Para a agência, a atividade econômica deve ter desempenho estável este ano, descontando o efeito da safra agrícola mais forte em 2023.

“Esta projeção permanece inalterada a despeito de uma atividade mais forte que a esperada neste início de ano, devido aos efeitos compensatórios das enchentes severas no Rio Grande do Sul – cuja magnitude só ficará mais clara com os dados do segundo trimestre de 2024 -, e ao ritmo mais lento de cortes na taxa de juros”, comentou a instituição.