Tensões comerciais

Fitch vê o menor crescimento mundial fora da pandemia desde 2009

A Fitch fez uma atualização de suas perspectivas e tem expectativa de redução do crescimento mundial abaixo de 2% este ano

Foto: Divulgação/Fitch
Foto: Divulgação/Fitch

As previsões de crescimento global foram revisadas para baixo pela Fitch Ratings nesta quarta-feira (16). A agência projetou que haverá uma expansão mais fraca desde 2009, excetuando-se a pandemia da Covid-19, com o aumento das tensões comerciais globais.

A Fitch fez uma atualização especial de suas perspectivas econômicas globais trimestrais, com expectativa de redução do crescimento mundial abaixo de 2% este ano.

A previsão de crescimento mundial para 2025 foi reduzida pela Fitch em 0,4 ponto percentual  e as estimativas de crescimento da China e dos EUA em 0,5 ponto percentual em comparação com seus números de março.

“Espera-se que o crescimento anual dos EUA em 2025 permaneça positivo em 1,2%, mas ele desacelerará ao longo do ano para apenas 0,4% na comparação anual no quarto trimestre de 2025”, consta no comunicado da agência.

“A previsão é de que o crescimento da China caia para menos de 4% neste ano e no próximo, enquanto o crescimento da zona do euro permanecerá preso bem abaixo de 1%”, disse.

Consignado privado amplia crédito e inclusão, aponta Fitch

O programa de crédito consignado privado, recém-implementado pelo governo federal, tem potencial para fortalecer o sistema bancário brasileiro ao criar condições mais estáveis para o crédito, segundo avaliação divulgada nesta sexta-feira (11) pela Fitch Ratings.

A agência acredita que a nova modalidade pode contribuir para o fortalecimento dos indicadores financeiros e de risco das instituições financeiras ao promover maior colateralização e reforço das garantias nas carteiras.

Fitch também destaca que o uso da securitização — processo pelo qual contratos de empréstimo são transformados em títulos e vendidos no mercado — tende a baratear o custo do crédito e ampliar o alcance da inclusão financeira.

O novo formato de empréstimo, que prevê o desconto em folha para trabalhadores do setor privado, ainda conta com uma garantia adicional relevante: o uso do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) como instrumento de respaldo.

De acordo com a agência, “a maior proporção de operações garantidas nas carteiras dos bancos, em comparação ao crédito pessoal sem garantia, deve reduzir índices de perda devido à inadimplência mais baixa e à melhor recuperação dos valores”.

O avanço no perfil de risco pode tornar o sistema mais resiliente, beneficiando mutuários e instituições financeiras.

Apesar do cenário promissor, a Fitch ressalta que ainda existem desafios importantes. A execução das garantias em casos de inadimplência segue cercada de incertezas, e a estrutura tecnológica dos bancos pode ser colocada à prova.

“A agência alerta para riscos operacionais e destaca a necessidade de cautela na gestão do novo produto”, especialmente no que diz respeito à segurança e eficiência dos sistemas de tecnologia da informação.