A rede de diagnósticos médicos Fleury (FLRY3) registrou lucro líquido de R$ 152,3 milhões no segundo trimestre de 2025, queda de 12,3% em relação ao mesmo período do ano anterior.
O desempenho ficou abaixo da expectativa média de analistas consultados pela LSEG, que era de R$ 166 milhões.
Segundo a presidente-executiva da companhia, Jeane Tsutsui, o resultado foi impactado por maiores investimentos em tecnologia, além de um efeito calendário negativo, com mais feriados e menos dias úteis em relação a 2024.
A base de comparação também foi considerada forte, devido à demanda atípica por exames de toxicologia e ao surto de dengue no primeiro semestre do ano passado.
“Esse trimestre a gente teve um pouco mais de investimentos, inclusive com tecnologia… aumentamos em 45% o investimento do trimestre”, afirmou Tsutsui à Reuters.
Ela destacou que, no ano, os aportes devem representar entre 6% e 6,5% da receita líquida, patamar semelhante ao de 2024.
Receita sobe 2,3%, puxada pelo B2C
A receita líquida da Fleury entre abril e junho foi de R$ 2,024 bilhões, alta de 2,3% na comparação anual.
O crescimento foi impulsionado pelo segmento B2C, que reúne unidades físicas e serviço móvel, com avanço de 7,2%.
Em contrapartida, houve retração de 3,1% na área de prestação de serviços para laboratórios e hospitais e queda de 13,2% na vertical Novos Elos.
No semestre, a receita somou R$ 4,039 bilhões, crescimento de 4% frente ao primeiro semestre de 2024.
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) foi de R$ 532,1 milhões no trimestre, avanço de 1,9% em um ano.
A margem Ebitda foi de 26,3%, recuo de 0,1 ponto percentual. No acumulado do semestre, o Ebitda somou R$ 1,079 bilhão, alta de 3,9%, com margem de 26,7%, também 0,1 p.p. menor na base anual.
“A companhia segue executando sua estratégia e, em mais um trimestre, mantendo disciplina de custos e despesas”, afirmou Tsutsui.
Endividamento e distribuição de proventos
A dívida líquida da empresa ao fim de junho era de R$ 2,32 bilhões, aumento de 15,2% frente ao mesmo período de 2024.
A alavancagem, medida pela relação entre dívida líquida e Ebitda, subiu de 1 vez para 1,1 vez.
Apesar disso, o Conselho de Administração aprovou o pagamento de R$ 169 milhões em juros sobre capital próprio (JCP), o equivalente a R$ 0,31 por ação. O pagamento está previsto para 3 de outubro de 2025.
A opção pelos JCP, em vez de dividendos, permite à empresa deduzir o valor da base de cálculo do Imposto de Renda, gerando economia fiscal.
Para os investidores, o rendimento é tributado na fonte, com alíquota de 15%.