O FMI (Fundo Monetário Internacional) alertou que a inflação em muitas das principais economias do mundo tem apresentado desaceleração mais lenta que o esperado, o que aumenta o risco de juros altos “por mais tempo ainda”. As informações foram divulgadas nesta terça-feira (16) em seu relatório de perspectivas econômicas mundiais.
O FMI enfatizou uma inflação de serviços persistente, que é fortalecida especialmente por salários mais elevados. A entidade também sinalizou as pressões sobre os preços decorrentes de tensões comerciais e geopolíticas, especialmente em relação às matérias-primas como o petróleo.
“A inflação dos preços de serviços atrasa o progresso na desinflação, o que complica a normalização da política monetária”, pontuou o FMI, de acordo com o “Valor”. “Os riscos de alta da inflação aumentaram, elevando a perspectiva de juros mais altos por mais tempo ainda.”
Mesmo com os avisos, o órgão revisou para cima as perspectivas para a China e para a Índia, que serão responsáveis por boa parte do crescimento global, ao passo que a atividade fraca da zona do euro também deve apresentar recuperação.
No Brasil, o fundo prevê avanço de 2,1% em 2024, 0,1 p.p. (ponto percentual) inferior à estimativa anterior. Contudo, a entidade aumentou a estimativa para 2025 em 0,3 p.p., para 2,4%.
FMI piora previsão para crescimento do PIB em 2024
A projeção do FMI (Fundo Monetário Internacional) para o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro em 2024 piorou, indo de 2,2% para 2,1%, devido aos impactos imediatos das enchentes no RS.
No entanto, a previsão para 2025 foi revisada para cima – de 2,1% para 2,4%, “para refletir a reconstrução após as enchentes e fatores estruturais positivos (por exemplo, aceleração da produção de hidrocarbonetos)”, explicou o FMI no relatório.
Na conclusão final após uma visita ao Brasil, a equipe do FMI ainda projetou que o crescimento irá se fortalecer para 2,5% no médio prazo, uma revisão para cima de 0,5 ponto percentual desde a visita em 2023.