FMI: bancos centrais devem rastrear impacto da guerra na inflação

As consequências econômicas provocadas pela guerra entre Rússia e Ucrânia já se fazem bastante presentes

As consequências econômicas provocadas pela guerra entre Rússia e Ucrânia já se fazem bastante presentes e podem se intensificar ainda mais com o prolongamento do conflito, afirmou neste sábado (5) o FMI (Fundo Monetário Internacional).

Em relatório em que faz uma avaliação dos impactos macroeconômicos globais dos conflitos no Leste Europeu, o FMI destaca o aumento nos preços de commodities agrícolas e da inflação, que pressiona ainda mais economias que já vinham convivendo com elevados índices de preços.

“As autoridades monetárias terão de monitorar cuidadosamente o repasse do aumento dos preços internacionais para a inflação doméstica, para calibrar as respostas apropriadas”, diz o comunicado publicado pelo FMI.

O órgão também afirma que a Ucrânia fez uma solicitação de emergência de US$ 1,4 bilhão (R$ 7,1 bilhões), que deverá ser avaliada na próxima semana.

Ainda segundo o Fundo Monetário Internacional, “os choques de preços terão um impacto generalizado, especialmente nas camadas de menor renda, em que os gastos com alimentação e transporte representam uma proporção maior das despesas totais. Se o conflito ganhar proporções maiores, os danos econômicos seriam ainda mais devastadores.”

O FMI lembra que os ataques russos provocaram uma onda de cerca de 1 milhão de refugiados para países vizinhos à Ucrânia.

“Na Ucrânia, além do custo humano, os danos econômicos já são substanciais. Portos e aeroportos estão fechados e foram danificados e muitas estradas e pontes foram danificadas ou destruídas. Embora seja muito difícil avaliar com precisão as necessidades de financiamento nesta fase, já está claro que a Ucrânia enfrentará custos significativos de recuperação e reconstrução.”

Ainda de acordo com o documento do FMI, “as sanções à Rússia também terão um impacto substancial na economia global e nos mercados financeiros, com repercussões significativas para outros países”.

O fundo avalia que as sanções anunciadas contra o Banco Central da Rússia restringirão de maneira severa o acesso da autoridade monetária local às reservas internacionais de modo a dar sustentação à moeda russa, o rublo, e o sistema financeiro de modo geral.

“As sanções internacionais ao sistema bancário da Rússia e a exclusão de vários bancos do sistema Swift interromperam de forma significativa a capacidade da Rússia de receber pagamentos de exportações, pagar pelas importações e realizar transações financeiras além de suas fronteiras. Embora seja muito cedo para prever o impacto total dessas sanções, já vimos uma queda acentuada nos preços dos ativos, bem como na taxa de câmbio.”

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