
A vice-diretora- gerente do FMI (Fundo Monetário Internacional), Gita Gopinath, fez um apelo para que os EUA reduzam deu déficit fiscal e enfrente o “fardo da dívida em constante crescimento”. Em entrevista ao jornal Financial Times nesta quarta-feira (21), a dirigente demonstrou preocupação com os impactos de um corte nos impostos em território norte-americano.
A equipe da autarquia monetária ressaltou que o déficit ficas está muito elevado, criando uma trajetória ascendente contínua para a relação dívida-PIB (Produto Interno Bruto).
“Deveriamos ter uma política fiscal nos EUA que seja compatível com a redução da dívida em relação ao PIB ao longo do tempo”, afirmou. O FMI também alertou sobre os perigos das políticas comerciais cada vez mais agressivas do país.
A declaração da representante ocorreu após a agência de avaliação de risco Moody’s retirar dos EUA a nota de crédito máxima (AAA), devido a preocupações com o aumento da dívida do país.
“A expansão contínua das restrições comerciais e o progresso insuficiente no tratamento das vulnerabilidades destacadas pelas falências bancárias de 2023 apresentam importantes riscos”, completou Gopinath.
Dívida dos EUA: impacto e perspectivas
Os EUA têm hoje uma dívida que soma 98% do PIB, há dez anos, o endividamento era de 73% do PIB.
O governo Trump alega que os cortes de impostos, combinados com uma maior desregulamentação da economia, vão propiciar mais crescimento econômico, reduzindo a relação entre dívida e PIB. Mas esta previsão não encontra respaldo entre analistas do mercado financeiro.
Moody’s: decisão sobre EUA é o de menos, diz Ray Dalio
O investidor bilionário Ray Dalio, fundador da Bridgewater Associates, o maior hedge fund do mundo, afirmou que o recente rebaixamento da nota de crédito dos EUA pela Moody’s representa apenas uma parte dos riscos enfrentados pelos detentores de títulos públicos.
Para o executivo, a ameaça mais séria está fora do radar das agências: a possibilidade de o governo norte-americano imprimir dinheiro para honrar suas dívidas.
“Ao falar do rebaixamento da dívida dos EUA, é importante saber que as agências de rating subestimam os riscos de crédito porque avaliam apenas a chance de o governo não pagar o que deve”, escreveu Dalio em uma publicação na rede social X, segundo o InfoMoney. “Para quem se importa com o valor do seu dinheiro, os riscos da dívida americana são maiores do que o que as agências transmitem.”