
O foco de gripe aviária no município de Montenegro (RS) já está contido, segundo declaração do ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, feita nesta terça-feira (27). O período do chamado “vazio sanitário” acabará em 22 dias.
“Eu posso assegurar com muita tranquilidade que este foco está contido, apesar de estarmos no quinto dia útil depois da desinfecção total da granja. E 15 dias do aparecimento do foco, posso assegurar com muita tranquilidade que o foco de Montenegro está contido”, disse o ministro em audiência com senadores.
Fávaro foi ouvido na CRA (Comissão de Agricultura e Reforma Agrária) realizada no Senado nesta terça. O convite feito ao ministro foi para que ele esclarecesse sobre a situação da gripe aviária no país e as medidas adotadas pelo governo para combater e prevenir possíveis casos da doença.
O foco da doença foi detectado em uma granja comercial no município de Montenegro (RS), em 15 de maio. Fávaro também comentou na audiência sobre o fato de novos casos não terem sido identificados, o que indica a “robustez e eficiência” do sistema sanitário brasileiro.
O Brasil será considerado livre da gripe aviária quando nenhum caso foi registrado ao longo de 28 dias, contados a partir do primeiro dia depois da desinfecção total do lugar do foco, em Montenegro.
O período conhecido como “vazio sanitário” começou a contar em 22 de maio.
“Com muita tranquilidade posso assegurar que, passados 28 dias desse período incubatório do vírus, nós vamos de novo anunciar o Brasil livre de gripe aviária e a tendência é muito forte que isso vá acontecer nos próximos 22 dias”, disse o ministro.
Atualmente, considerando até a tarde desta terça, estão sendo investigados 11 casos suspeitos da doença, segundo o painel de monitoramento do governo federal.
Gripe aviária ameaça exportações e pode gerar prejuízo de US$ 1 bi
A confirmação do primeiro caso de gripe aviária em uma granja comercial no Brasil acendeu o alerta no setor agropecuário e já provoca impactos nas exportações de carne de frango. Segundo estimativas do economista Fábio Silveira, da consultoria MacroSector, o prejuízo pode chegar a até US$ 1 bilhão em 12 meses, com perdas mensais estimadas em cerca de US$ 250 milhões.
No domingo (18) o painel do Ministério da Agricultura com atualização sobre gripe aviária no país indicava que havia um caso suspeito sob investigação em granja comercial de Aguiarnópolis (TO) e outro suspeito em criação comercial em Ipumirim (SC).
Especialistas apontam falhas na comunicação e na gestão de risco por parte do setor privado. “A contaminação ocorreu sob os olhos da iniciativa privada. Foi um tiro no pé”, afirmou Silveira. Ele também criticou a demora na divulgação do caso, o que teria ampliado os danos à imagem do Brasil no mercado internacional.
Entre os principais mercados que impuseram restrições estão China, União Europeia, México, Chile, Coreia do Sul, África do Sul e Canadá. O Japão, por sua vez, limitou o embargo apenas ao município afetado, conforme prevê o acordo de regionalização. As informações são do portal Globo Rural.