No Relatório Focus do Banco Central, divulgado nesta segunda-feira (17), os analistas do mercado elevaram novamente as suas projeções para a inflação deste ano, agora 0,96 ponto acima da meta de 3%.
Diferente do que apontou o boletim da semana passada, com a manutenção da taxa básica de juros (Selic), as estimativas desta semana preveem juros maiores para este ano, enquanto as expectativas para o PIB recuaram.
BC eleva IPCA, medidor da inflação
De acordo com o Boletim Focus, a projeção do IPCA para 2024 continuou sua trajetória de alta, subindo para 3,96% pela sexta semana seguida. Na semana passada, a projeção era de 3,90%.
Notícias Relacionadas
"Inflação controlada"
Lula questiona se é preciso cortar gastos ou aumentar arrecadação
“O que estamos fazendo agora é verificar se há alguma área com gasto exagerado, mas sem nervosismo do mercado”, disse o presidente
Puxada por famílias
Concessão de crédito cresceu 1% em maio e alcançou R$ 579 bi
A concessão de crédito às famílias puxou o resultado para cima, com crescimento de 2%, enquanto as liberações para empresas recuaram 1%
Para 2026, a estimativa também avançou, indo de 3,78% para 3,80%. Já para os anos de 2026 e 2027, as apostas se mantiveram em 3,60% e 3,50%, respectivamente.
Projeção para o PIB recua no Focus
No relatório do BC, os economistas revisaram a projeção para o PIB de 2024, reduzindo-a de 2,09% para 2,08%. Essa revisão ocorre após o crescimento de 0,8% registrado pela economia brasileira no primeiro trimestre.
Por sua vez, a projeção para 2025 permanece estável em 2% pelo 27º semana consecutiva, assim como a de 2026 que se mantém em 2% pelo 45º semana consecutivo. Para 2027, a estimativa também se manteve em 2%.
Selic
Os analistas elevaram a projeção para a taxa básica de juros (Selic) de 10,25% a.a. para 10,50% a.a.. Esta semana, o Copom (Comitê de Política Monetária) baterá o martelo sobre a Selic.
Para o ano seguinte, 2025, também houve um aumento na expectativa, subindo de 9,25% a.a. para 9,50% a.a.. Para os anos de 2026 e 2027, as estimativas se mantiveram em 9,0% a.a.
Câmbio
A mediana das projeções para o dólar subiu em todo o horizonte da pesquisa, passado de R$ 5,05 para R$ 5,13 em 2024 e de R$ 5,09 para R$ 5,10 em 2025. A de 2026 avançou de R$ 5,10 para R$ 5,12 e a de 2027 passou de R$ 5,11 para R$ 5,15.
Resultado primário
A projeção do resultado primário para 2024 recuou para -0,71% do PIB, contra uma estimativa de -0,70% do PIB na semana passada.
Também na última semana, a projeção de analistas consultados pela SPE (Secretaria de Política Econômica), do Ministério da Fazenda, pioraram para o déficit primário , indo a R$ 79,715 bilhões em 2024.
Para 2026, a previsão subiu de um déficit de -0,67% do PIB para -0,60% do PIB. Já para 2026 e 2027, as projeções se mantiveram em -0,50% do PIB.
Dívida pública
Quanto à dívida líquida do setor público, a projeção para 2024 avançou de 63,65% do PIB para 63,68% do PIB. Para 2025, a estimativa permaneceu estável em 66,50% do PIB nas últimas seis semanas.
Em 2026, a previsão subiu de 68,30% do PIB para 68,45% do PIB, assim como a dívida esperada para 2027, que foi de 70,88% do PIB para 71,14% do PIB.
