Economia

Fundos de investimento têm saída líquida de R$ 127,9 bi em 2023

Esse resultado representa o segundo ano consecutivo de saldo negativo

A Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) divulgou, nesta terça-feira (9), que os fundos de investimento registraram uma captação líquida negativa de R$ 127,9 bilhões ao final de 2023. Esse resultado representa o segundo ano consecutivo de saldo negativo, uma vez que em 2022 os resgates superaram os investimentos em R$ 129 bilhões.

O patrimônio líquido global dos fundos atingiu a marca de R$ 8,3 trilhões ao longo de 2023, o que representa um crescimento de 11,5% em comparação ao ano anterior.

A Anbima apontou que as saídas líquidas de R$ 74,5 bilhões em dezembro impactaram negativamente o resultado da captação líquida acumulada do segundo semestre, anteriormente positiva. Durante o ano, os resgates dos fundos de renda fixa ultrapassaram as aplicações em R$ 59,8 bilhões, enquanto os fundos multimercados registraram resgates de R$ 134,3 bilhões. No entanto, os fundos estruturados tiveram um saldo positivo de R$ 66,2 bilhões.

Os investimentos em títulos de renda fixa isentos, como LCAs, LCIs, CRAs, CRIs, LIGs e Debêntures incentivadas, totalizaram R$ 283,9 bilhões até novembro, marcando um crescimento de 35,5% em relação a 2022. Esse montante superou os resgates líquidos dos fundos ao longo do ano.

A entidade também informou que 497 fundos foram adaptados à Resolução 175, em vigor desde outubro, com os fundos multimercados representando a maior fatia, somando 167 fundos. Os dados ainda revelam um cenário desafiador para os fundos de investimento, com um segundo ano seguido de captação líquida negativa, impactando o resultado anual e refletindo um contexto complexo nos resgates e aplicações.

Votação de PL que taxa fundos de investimento e offshores é adiada

CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) do Senado adiou para esta quarta-feira (22) a votação do projeto de lei (PL) 4.173/2023, que muda as regras de cobrança do imposto de renda (IR) sobre os fundos de investimentos e a renda obtida no exterior por meio de offshores. A reunião está marcada para acontecer às 10h. As informações são da Agência Senado.

A matéria estava na pauta desta terça (21). O texto recebeu relatório favorável do senador Alessandro Vieira (MDB-SE). A matéria prevê a tributação ou a elevação de alíquotas incidentes sobre fundos exclusivos e aplicações em offshores.

Os deputados incorporaram ao projeto com mudanças a medida provisória (MP) 1.184/2023, que trata da tributação dos fundos exclusivos. A alíquota de 10% proposta pelo governo para quem antecipar a atualização do valor dos rendimentos acumulados até 2023 foi reduzida para 8%. Já a alíquota linear de 15% sobre os rendimentos aprovada pela Câmara dos Deputados se contrapõe à alíquota progressiva de 0% a 22,5% proposta inicialmente pelo Poder Executivo.

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