
Estudo feito pela Empiricus Research em parceria com o BTG Pactual ( BPAC11), afirma que pelo menos para os FIIs (Fundos de Investimento Imobiliário (FIIs), a máxima de que “quanto maior o risco, maior o potencial de retorno” não funciona. De acordo com a pesquisa, as carteiras de baixa volatilidade se sobressaíram nos últimos cinco anos entre FIIs em geral, de tijolo e de papel, e superaram o Ifix, índice de referência da classe.
Segundo o analista de FIIs da Empiricus, Caio Nabuco de Araujo, isso acontece porque a carteira dos FIIs menos voláteis é composta por ativos de melhor qualidade, com contratos estáveis em setores robustos e gestores com maior capacidade de reação a mudanças de cenário.
“Esses fundos conseguiram, especialmente em momentos de estresse, sustentar uma política de rendimento e, consequentemente, um rendimento mais sólido”, afirma o analista.
Ele ainda diz que a relação entre menor volatilidade e melhor retorno ajustado ao risco fica mais evidente entre os fundos imobiliários de tijolo.
Segundo os dados, os fundos com menor volatilidade apresentaram rendimento médio de 10,7% ao ano, enquanto os mais voláteis entregaram apenas 5,5% anuais.
Um exemplo são os segmentos de lajes corporativas e hotéis, que acabaram sofrendo maior volatilidade e, consequentemente, retornos mais baixos.
Já entre os fundos de papel, a diferença de retorno entre os perfis de volatilidade foi menos expressiva: os de baixa volatilidade registraram ganhos de 11,9% ao ano, enquanto os de alta volatilidade ficaram próximos, com 11,6%.
FIIs de crédito disparam com inflação e juros altos
Segundo Araujo, os FIIs concentrados em crédito se beneficiaram do ciclo de aperto monetário no Brasil e da alta da inflação. Esse cenário impulsionou o desempenho dos certificados de recebíveis imobiliários (CRIs), que são atrelados ao CDI ou ao IPCA e, por isso, ofereceram rentabilidade mais elevada.
“O crédito, naturalmente, tem uma volatilidade menor do que o tijolo no valor da cota, enquanto na pandemia e no pós pandemia os de tijolo sofreram bastante com alguma inadimplência e aumento de vacância”, comenta o autor do estudo.
No resultado geral, considerando tijolo e papel, a diferença foi de 11,5% de rendimento entre os fundos de baixa volatilidade e 6,5% de retorno para os de alta.
O estudo ainda conclui, mesmo em momentos favoráveis aos FIIs, os fundos com carteiras menos voláteis, ou seja, com contratos estáveis, ativos de qualidade e gestores resilientes garantiram retorno melhor.
Os fundos selecionados fazem parte do Ifix e possuem volume médio de negociação superior a R$ 500 mil por dia, com participação igualitária entre os ativos nas carteiras.
Em uma janela de três anos, por exemplo, o Ifix registrou alta média de 7% ao ano, contra 7,6% do Ibovespa. No entanto, a volatilidade foi significativamente menor: 6,1% para o Ifix, frente a 17,1% do Ibovespa.
Já no recorte de cinco anos, o Ifix subiu 5,5% ao ano, enquanto o Ibovespa avançou 9,7%, com volatilidades de 5,9% e 18,7%, respectivamente.