O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) cobrou nesta terça-feira (19) que os países do G20 intensifiquem o combate às mudanças climáticas, adotando metas mais ambiciosas e antecipando os prazos para a redução de emissões de gases do efeito estufa.
O discurso foi feito durante a cúpula do G20, que acontece no Rio de Janeiro. Lula também pediu que os líderes mundiais contribuam para que a COP30 — cúpula climática da ONU prevista para 2025 em Belém — represente uma “virada” nos esforços globais para conter as alterações climáticas.
Ao abrir a última sessão da reunião do G20, o presidente sugeriu que os países antecipem suas metas de neutralidade climática para 2040 ou 2045, em vez de 2050, prazo ao qual o Brasil e muitos outros países já se comprometeram.
“Temos que fazer mais e melhor”, afirmou Lula, segundo o InfoMoney. Ele destacou que 2024 tem tudo para ser o ano mais quente já registrado no planeta, enquanto desastres climáticos como enchentes e secas se tornam cada vez mais frequentes e intensos. “Não há mais tempo a perder.”
G20 abre com plano contra fome e consenso ameaçado
O maior encontro de chefes de Estado desde a Rio+20, em 2012, acontece na segunda-feira (18), no Rio de Janeiro. O encontro do G20 ocorre em um momento marcado por desafios globais como eventos climáticos extremos, guerras e pobreza, além de novos desdobramentos políticos.
O Brasil, anfitrião da cúpula, coloca a agenda ambiental no centro das discussões, em um mundo que continua lidando com problemas graves para a sobrevivência humana. No entanto, a recente vitória de Donald Trump na eleição presidencial dos EUA trouxe obstáculos inesperados à construção de consensos.
Consenso ameaçado
A proximidade entre Trump e o presidente da Argentina, Javier Milei, acelerou revisões de temas que estavam bem encaminhados, como a taxação de grandes fortunas e o posicionamento em relação às guerras na Ucrânia e no Oriente Médio.
Apesar das dificuldades, há esforços para manter avanços. O G20 deve destacar em sua declaração final a importância de uma “discussão colaborativa” sobre a taxação de super-ricos, com o cuidado de respeitar a soberania fiscal de cada país. Segundo o Valor Econômico, o texto já foi aprovado pela maioria dos membros, mas está sujeito a alterações caso algum país solicite reabertura das negociações.