Política monetária

Galípolo: a barra é alta para mudar ‘guidance’ do Copom

O futuro presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, afirmou que o Copom tem clareza de para onde está indo com a sinalização de mais 2 altas de 1 p.p. na Selic

Foto: Agência Brasil
Foto: Agência Brasil

O diretor de política monetária e futuro presidente do BC (Banco Central), Gabriel Galípolo, afirmou que a sinalização de mais duas altas de 1 ponto percentual nas próximas reuniões do Copom (Comitê de Política Monetária) foi “bastante corajoso” visando a materialização dos riscos. Além disso, “a barra é muito alta para qualquer tipo de mudança” nesse guidance.

“Temos clareza para onde estamos indo, dando o passo que demos. Eu acho que já foi bastante corajoso a partir da materialização dos riscos poder fazer essa sinalização para mais duas reuniões para frente. O que vai acontecer dali pra frente, acho que a gente vai ter que aguardar”, disse Galípolo.

Durante entrevista coletiva para comentar sobre o RTI (Relatório Trimestral de Inflação), o diretor do BC afirmou que a materialização de alguns riscos tirou incertezas sobre os juros e permitiu que o Copom oferecesse um “guidance”. A direção clara, segundo ele, é de caminhar para uma taxa de juros em “patamar restritivo com alguma segurança”.

“Vocês sabem que eu sou bem apegado a guidance. Então acho que a barra é alta, a barra é alta para gente fazer qualquer tipo de mudança no guidance”, disse.

Além disso, Galípolo também comentou que a transição na presidência do BC foi “entre amigos” e “muito amistosa”. O mandato de Roberto Campos Neto encerra no dia 31 de dezembro e Galípolo, indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ocupará o cargo.

“Roberto em todas as reuniões atuou com a preocupação em relação ao país sempre, pensando no que era melhor para a economia brasileira e o que era para o país, em fortalecer a gente”, esclareceu o diretor de política monetária.

Galípolo diz não vê ataque especulativo contra real

Gabriel Galípolo, futuro presidente do BC (Banco Central), disse, nesta quinta-feira (19), que não vê um ataque especulativo contra o real. Na sessão da véspera, o dólar bateu um novo recorde de R$ 6,26, exigindo mais uma interferência da autoridade monetária nesta quinta.

Galípolo afirmou, durante coletiva, que a depreciação cambial é uma reação natural do mercado ao cenário econômico do Brasil.

“Não é correto tratar o mercado como um bloco monolítico, como se fosse coordenada andando em um único sentido. Toda vez que há uma mobilização em torno de um ativo há vencedores e perdedores. Então falar que há um ataque especulativo coordenado não representa bem”, comentou o executivo.

Além disso, o futuro do presidente do BC também indicou que “não há bala de prata” para o problema fiscal do Brasil no curto prazo.

“Todos sabem. Mercado e academia sabem que é difícil apresentar qualquer tipo de plano fiscal que seja bala de prata, que vai dar conta de endereçar todos os problemas no curto prazo. Sinto isso na conversa que tenho com o presidente Lula e com o ministro Fernando Haddad o reconhecimento do diagnóstico de que existem problemas fiscais a serem endereçados no país”, afirmou, segundo a “CNN”.

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