O diretor de política monetária e futuro presidente do BC (Banco Central), Gabriel Galípolo, antecipou a volta ao Brasil nesta quarta-feira (23) de Washington, onde cumpriu, na véspera, agendas com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT).
Galípolo, que viajou com a delegação do BC para participar das reuniões do FMI (Fundo Monetário Internacional) e Banco Mundial, teria compromissos na cidade até quinta-feira (24), conforme agenda prévia divulgada pelo BC.
O diretor acompanhou Haddad na terça-feira (22) em um encontro com a diretora do Conselho Econômico Nacional da Casa Branca, Lael Brainard — cotada para assumir a Secretaria do Tesouro Nacional, caso a democrata Kamala Harris vença a eleição presidencial dos EUA em novembro.
Uma fonte comunicou, anonimamente devido à sensibilidade do tema, que a proximidade e interlocução com o ministro reforçou, nos círculos em Washington, uma imagem de “pato manco” para o atual presidente do BC, Roberto Campos Neto, que ocupa o cargo até dezembro, o que gerou mal-estar entre representantes da instituição.
A expressão é usada no jargão político para designar alguém que ocupa uma determinada posição de poder, mas não atua mais de fato, como apontou o “InfoMoney”.
Galípolo: crescimento do Brasil surpreende apesar de juros altos
O diretor de política monetária e futuro presidente do BC, Gabriel Galípolo, afirmou, nesta segunda-feira (14), que o crescimento econômico do Brasil segue surpreendendo apesar das altas taxas de juros. A declaração foi dada em um evento do Itaú em São Paulo.
Galípolo chamou atenção para o mercado de trabalho resistente que, segundo ele, “sugere um processo de desinflação mais lento e custoso”. O indicado à presidência do BC ainda afirmou que existem alguns fatores para as expectativas de inflação estarem desancoradas.
As últimas projeções do Boletim Focus confirmar a desancoragem da inflação. A projeção para o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) de 2024 subiu para 4,39%, contra meta de 3% do BC.
De acordo com Galípolo, um dos fatores que justificam essa desancoragem é “o ceticismo em relação à meta de inflação”.