O diretor de Política Monetária do BC (Banco Central), Gabriel Galípolo, disse nesta segunda-feira (19) que a instituição vai aguardar as próximas quatro semanas até o encontro do Copom (Comitê de Política Monetária) de setembro para obter “o máximo de dados” e “estar aberta” à decisão sobre a Selic (taxa básica de juros).
As falas de Galípolo ocorreram durante o evento Conexão Empresarial, promovido pela VB Comunicação, em Belo Horizonte. O diretor reforçou a ideia de que o BC depende de dados e que, até a sua próxima decisão de política monetária, vai observar indicadores como o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), o Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) e a Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios).
Além disso, Galípolo também acrescentou que a entidade precisa de números da economia norte-americana e falas do chair do Fed (Federal Reserve), BC dos EUA, Jerome Powell.
O próximo encontro do Copom ocorre em 17 e 18 de setembro. Atualmente, a Selic está em 13,75% ao ano, e o mercado aguarda uma elevação da taxa já no próximo mês, devido ao avanço do dólar ante o real e à desancoragem das expectativas de inflação.
Galípolo: ‘função do BC é ser o chato na festa’
Gabriel Galípolo, diretor de política monetária do BC (Banco Central), disse a empresários que é um equívoco tentar antecipar os próximos passos da autarquia baseado em apenas uma variável.
“O Banco Central vai estar sempre na posição de não tomar risco. Do ponto de vista das variáveis, seria um equívoco tentar antecipar a decisão que o BC vai tomar olhando apenas uma variável. Temos uma série de dados que precisam ser analisados”, afirmou o diretor, durante o evento Conexão Empresarial, realizado em Belo Horizonte.
Galípolo é creditado como o provável indicado pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), para assumir a presidência do BC a partir do ano que vem.