Economia

Galípolo: “cenário externo desafiador torna Brasil mais atraente”

Tivemos um ano mais desafiador no ambiente externo e mais benigno no cenário doméstico

O diretor de política monetária do BC (Banco Central), Gabriel Galípolo, afirmou que o cenário externo desafiador “faz com que o Brasil fique mais atraente” para investidores.

“Tivemos um ano mais desafiador no ambiente externo e mais benigno no cenário doméstico. O cenário se revelou de desafiador para adverso [internacional], o cenário doméstico vem surpreendendo para o bem”, disse em evento promovido pelo J.P. Morgan em São Paulo, nesta quinta-feira (30).

“Para além disso, mesmo com um cenário internacional mais adverso, os indicadores para o doméstico se comportaram muito bem”, complementou.

“A dificuldade é conseguir explicar como essas coisas [fatores positivos] se combinam. O [Ministério do] Planejamento está tentando fazer cálculos sobre produtividade e vem sinalizando que o crescimento potencial do Brasil é maior, sou menos corajoso em oferecer uma resposta”, afirmou. “Quando eu vejo a semelhança deste cenário com outras economias fico com desconfiança de que tenham fatores internos e externos”, acrescentou.

Selic: OCDE projeta taxa de juros a 7,8% no Brasil em 2025

A OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico) emitiu relatório nesta quarta-feira (29) projetando a taxa Selic do Brasil no ano de 2025.

A expectativa do grupo é que daqui a dois anos, a taxa de juros básica no País esteja em 7,8%. Já para 2024, a projeção é de que a taxa caia a 9,2% ao ano. Vale lembrar que a taxa atualmente está em 12,25% ao ano e ficou estacionada por aproximadamente um ano em 13,75%, entre agosto de 2022 e julho deste ano.

Para justificar sua posição, a OCDE destaca o ciclo de cortes atual do BC (Banco Central) e a inflação em queda. A Organização menciona a política fiscal expansionista adotada pelo governo Lula neste ano. Destaca, porém, a aprovação do novo arcabouço fiscal, que eleva a “previsibilidade no médio prazo” e adiciona “flexibilidade, especialmente para investimentos”.

No relatório a OCDE prevê um crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) em 3% neste ano. Para 2024, vê desaceleração para 1,8%; para 2025, leve retomada a 2%.

As projeções para a inflação ficaram em 4,5% em 2023; em 3,2% em 2024; e 3% em 2025. “A queda da inflação é resultado da adiantada resposta da política monetária e da normalização de distúrbios na cadeia de suprimentos”.

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