Futuro presidente do BC

Galípolo: crescimento do Brasil surpreende apesar de juros altos

Segundo ele, dois dos fatores que justificam as "expectativas desancoradas" são o ceticismo quanto à meta de inflação e a credibilidade do BC

Gabriel Galípolo
Foto: Lula Marques/ Agência Brasil

O diretor de política monetária e futuro presidente do BC, Gabriel Galípolo, afirmou, nesta segunda-feira (14), que o crescimento econômico do Brasil segue surpreendendo apesar das altas taxas de juros. A declaração foi dada em um evento do Itaú em São Paulo.

Galípolo chamou atenção para o mercado de trabalho resistente que, segundo ele, “sugere um processo de desinflação mais lento e custoso”. O indicado à presidência do BC ainda afirmou que existem alguns fatores para as expectativas de inflação estarem desancoradas.

As últimas projeções do Boletim Focus confirmar a desancoragem da inflação. A projeção para o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) de 2024 subiu para 4,39%, contra meta de 3% do BC.

De acordo com Galípolo, um dos fatores que justificam essa desancoragem é “o ceticismo em relação à meta de inflação”.

“O primeiro fator é um ceticismo sobre a viabilidade de uma meta de inflação de 3% em uma economia como a brasileira”, afirmou. “Isso perdeu força, mas voltou a aparecer com um pouco mais de crítica”, completou.

Para o diretor, “o BC não deveria nem votar no CMN sobre a meta que ele deveria perseguir”. “Diretor de Banco Central não discute a meta, ele persegue a meta”, disse Galípolo.

Um segundo ponto, segundo ele, é o “tema da credibilidade do Banco Central”. “Olhando para expectativas no Focus e nas implícitas, tenho dificuldade de encontrar algum sinal de descontinuidade”, afirmou. 

Rui Costa e Galípolo vão à Pequim na intenção de acordos com China

Na intenção de estreitar os acordos a serem anunciados pelo chefe de Estado chinês, Xi Jinping, em sua vinda ao Brasil em novembro, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, embarcou na noite do último domingo (13) para Pequim. 

Junto com o chefe da pasta, também integram a comitiva o atual diretor de política monetária do BC (Banco Central) e sucessor de Roberto Campos Neto, Gabriel Galípolo; o assessor especial da Presidência da República, Celso Amorim; o diretor do Departamento de China, Rússia e Ásia Central do Itamaraty, Pedro Terra; além de um representante do BNDES.

Nesta mesma comitiva, há a possibilidade da viagem se estender para Abu Dhabi com o mesmo objetivo. Isso por que Xi Jinping, presidente da China, e Mohammed bin Zayed Al Nahyan, líder dos Emirados Árabes Unidos, iniciarão visitas de Estado em Brasília após a cúpula do G20, que ocorrerá nos dias 18 e 19 de novembro no Rio de Janeiro. 

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