Economia

Galípolo: desancoragem da inflação ainda preocupa o BC 

Gabriel Galípolo ressaltou que a inflação de 2024 é importante, mas BC já considera o 'horizonte mais para frente" como relevante

Gabriel Galípolo durante sua sabatina no Senado / Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado
Gabriel Galípolo durante sua sabatina no Senado / Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

Gabriel Galípolo, economista indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para assumir o comando do BC (Banco Central) a partir de 2025, afirmou, nesta terça-feira (8), que a autoridade monetária segue atenta às expectativas de inflação para este ano e se preocupa com uma “desancoragem”.

“A inflação para 2024 corresponde a essas surpresas de crescimento, alterações que ocorreram com o câmbio… Hoje, o BC trabalha com essa alteração que ocorreu no sistema de metas de inflação, trabalhando com uma meta contínua, onde estamos analisando um horizonte relevante’, afirmou Galípolo durante sua sabatina no CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) do Senado.

O nome do economista precisava ser aprovado pela Comissão e pelo plenário do Senado. No CAE, Galípolo foi aprovado por unanimidade. O outro processo deve ocorrer ainda nesta terça-feira.

“A inflação de 2024 é uma informação muito relevante para a gente, mas o horizonte relevante que estamos olhando é um horizonte mais para frente”, prosseguiu o atual diretor de Política Monetária do BC.

O governo federal, em junho deste ano, anunciou que as metas de inflação enfrentariam uma mudança e instituiu um modelo de avaliação contínua. 

A partir do novo decreto, a inflação passa a ser acompanhada mês a mês. Sendo assim, a cada 30 dias será observado se, nos últimos 12 meses, a inflação acumulada ficou perto do objetivo. 

Caso o número alcance além do limite de tolerância por seis meses seguidos a meta será considerada descumprida, segundo o “InfoMoney”.

“Ainda tem uma desancoragem que nos incomoda e que, em conjunção com essas diversas variáveis e uma economia que vem surpreendendo e crescendo acima das projeções iniciais, recomenda essa maior prudência em relação à política monetária”, disse Galípolo.

“Devemos assistir a um processo de desinflação mais lento e mais custoso”, disse Galípolo. De modo que o BC deve ser “mais conservador para garantir que a taxa de juros esteja em patamar necessário para atingir a meta que foi definida”.

Galípolo: Lula defende liberdade do BC na tomada de decisões

Durante sabatina realizada na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, o atual diretor de política monetária do BC e indicado à presidência da autarquia, Gabriel Galípolo, afirmou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defende “de forma enfática” a liberdade do banco na tomada de decisões.

Galípolo destacou que a função de presidente do BC deve ser orientada “exclusivamente pelo compromisso com o povo brasileiro”.

O diretor de política monetária também disse que em todas as conversas com as senadoras e senadores, independente do partido, “também foram todas no sentido de me assegurar a liberdade na gestão e demandar o compromisso com o nosso povo e nosso país”.

Ele reforçou ainda que a atuação da autarquia tem sido focada em perseguir a meta da inflação. “A atuação do BC tem sido a inequívoca perseguição da meta de inflação”, afirmou Galípolo aos senadores.

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