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Galípolo diz que os efeitos secundários na inflação exigem atenção

Galípolo afirmou que uma série de efeitos secundários na inflação, decorrentes de choques de oferta na economia, pode ser persistente

Gabriel Galípolo/ Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado
Gabriel Galípolo/ Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

O diretor de Política Monetária do BC (Banco Central), Gabriel Galípolo, afirmou nesta quarta-feira (13) que uma série de efeitos secundários na inflação, decorrentes de choques de oferta na economia, pode ser persistente e exigir maior atenção dos formuladores de política monetária.

Ao ser questionado em um evento promovido pela Bradesco Asset Management sobre a avaliação do BC em relação ao choque inflacionário — gerado pela pressão nos preços de carnes e, em menor grau, pela oferta de energia — o diretor ainda disse que é preciso estar mais atento a esses efeitos secundários em uma economia com maior dinamismo, moeda desvalorizada e resiliência.

Galípolo: crescimento do Brasil surpreende apesar de juros altos

O diretor de política monetária e futuro presidente do BCGabriel Galípolo, afirmou, nesta segunda-feira (14), que o crescimento econômico do Brasil segue surpreendendo apesar das altas taxas de juros. A declaração foi dada em um evento do Itaú em São Paulo.

Galípolo chamou atenção para o mercado de trabalho resistente que, segundo ele, “sugere um processo de desinflação mais lento e custoso”. O indicado à presidência do BC ainda afirmou que existem alguns fatores para as expectativas de inflação estarem desancoradas.

As últimas projeções do Boletim Focus confirmar a desancoragem da inflação. A projeção para o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) de 2024 subiu para 4,39%, contra meta de 3% do BC.

De acordo com Galípolo, um dos fatores que justificam essa desancoragem é “o ceticismo em relação à meta de inflação”.

“O primeiro fator é um ceticismo sobre a viabilidade de uma meta de inflação de 3% em uma economia como a brasileira”, afirmou. “Isso perdeu força, mas voltou a aparecer com um pouco mais de crítica”, completou.

Para o diretor, “o BC não deveria nem votar no CMN sobre a meta que ele deveria perseguir”. “Diretor de Banco Central não discute a meta, ele persegue a meta”, disse Galípolo.