Banco Central

Galípolo: ‘é preciso acompanhar a desvalorização do real com atenção’

"O que tem chamado a atenção é o câmbio, que tem um descolamento do cenário internacional", disse o Galípolo

Foto: Agência Brasil
Foto: Agência Brasil

O diretor de política monetária do BC (Banco Central), Gabriel Galípolo, afirmou nesta sexta-feira (28) que a economia brasileira está com um desempenho melhor e lembrou que o avanço de 2023 surpreendeu positivamente.

Segundo Galípolo, esse aquecimento sugere um processo de desinflação mais lento. Em seu entendimento, tudo aponta para uma economia com maior resiliência e dinamismo.

Galípolo participou por videoconferência de um evento na sede da FGV (Fundação Getulio Vargas), no Rio. Ele destacou que o nível atual “mais elevado” do câmbio também sugere essa redução mais lenta da inflação. Comentou que a moeda nacional tem tido uma performance pior que a de outras nações.

“O que tem chamado a atenção é o câmbio, que tem um descolamento do cenário internacional”, disse o diretor, de acordo com o “Valor”.

Na sua perspectiva, o câmbio flutuante tem a capacidade de sentir alterações, “mas estamos assistindo a uma desvalorização rápida do real frente ao dólar, e é necessário acompanhar essa trajetória com atenção na comparação com outras moedas”.

Galípolo: autonomia do BC não é virar as costas para o governo

O diretor de política monetária do BC (Banco Central), Gabriel Galípolo, disse nesta sexta-feira (28) que há uma “certa confusão” no debate sobre autonomia da autoridade monetária e esclareceu que a ideia não está relacionada à ideia de virar as costas para a sociedade e governo.

Durante evento na sede da FGV (Fundação Getúlio Vargas), Galípolo afirmou que há um longo caminho a se cumprir sobre o esclarecimento da autonomia do BC.

O diretor de política monetária da autarquia também pontuou que é importante haver uma discussão ampla sobre o assunto, com a participação de todas as partes envolvidas, inclusive Executivo, Legislativo e funcionários do BC.

“O Banco Central tem autonomia, mas não para determinar a própria meta e objetivos”, acrescentou, ressaltando que a diretoria da autoridade monetária tem na discussão sobre a evolução institucional do BC não somente a evolução técnica, mas também administrativa e financeira.

Segundo ele, o objetivo é trabalhar da forma mais transparente possível.