
Após a repercussão negativa do aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), o Governo Lula decidiu voltar atrás e recuou em parte da medida, como afirmou o ministro Fernando Haddad. Com isso, o presidente do BC (Banco Central), Gabriel Galípolo, elogiou a decisão da Fazenda nesta sexta-feira (23).
Galípolo destacou a agilidade de resposta do ministro Fernando Haddad, durante sua participação virtual no XI Seminário Anual de Política Monetária.
“Todo mundo precisa louvar e reconhecer que o ministro, em poucas horas, suprimiu a medida — antes mesmo da abertura do mercado — após ouvir a sociedade. Cabe a todos nós reconhecer a agilidade com que a Fazenda atuou”, afirmou o presidente do BC.
O governo decidiu revisar a medida horas após ter sido anunciada, devido à preocupação expressa pelo setor financeiro com o possível impacto negativo da nova alíquota sobre remessas internacionais e aplicações no exterior.
Haddad diz que recuo do IOF visou conter especulações
Durante entrevista à imprensa em São Paulo na manhã desta sexta-feira (23), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, explicou que a decisão de revisar parte do aumento do IOF teve como objetivo evitar interpretações equivocadas sobre a política econômica do governo.
Segundo ele, a medida buscou afastar qualquer sinalização que pudesse ser entendida como desestímulo a investimentos ou criar ruídos no mercado.
Haddad classificou o recuo como uma correção pontual, tomada com base em contribuições recebidas de representantes do setor financeiro.
“Tivemos subsídios de pessoas do mercado dizendo que o IOF poderia acarretar problemas”, afirmou em entrevista à imprensa pela manhã, antes da abertura do mercado. Haddad disse que o governo não tem problema de corrigir rotas, desde que “sigamos rumo de cumprir metas fiscais”.
Fernando Haddad destacou que o pacote fiscal apresentado na quinta-feira (22) tem como meta garantir uma arrecadação próxima de R$ 50 bilhões ainda neste ano.
Entre as medidas anunciadas, estava a proposta de aplicar uma alíquota de 3,5% do IOF sobre investimentos feitos por fundos brasileiros no exterior — uma iniciativa que fazia parte do esforço da equipe econômica para reforçar o caixa e cumprir os objetivos fiscais de 2025.