O diretor de Política Monetária do BC (Banco Central), Gabriel Galípolo, declarou nesta terça-feira (16) que as projeções do relatório Focus têm “relevância enorme” para subsidiar a política monetária e que existe uma institucionalidade no BC que sabe absorver as informações do Focus e qual peso dar para a construção da política monetária.
Galípolo participou do Fórum Anual da Economia e Cooperativismo de Crédito em Anápolis, Goiás, promovido pelo Sicredi.
O último relatório Focus apontou que a mediana das projeções para o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) para 2024 ficou em 4%. No início de maio, o dado estava em 3,72%. Já para 2025, a mediana tem avançado há 11 semanas consecutivas, chegando a 3,90% ao ano. A meta é de 3% para os dois anos.
A afirmação de Galípolo foi realizada durante uma explicação de que, desde sua chegada no BC, houve vários momentos em que a autarquia deu ênfase a temas diferentes.
“No segundo semestre do ano passado, dávamos muita ênfase à abertura da taxa de juros americana, porque era um processo que estava chamando mais a atenção. Depois, passamos a falar mais das expectativas, como falamos recentemente. Neste ciclo, falamos muito de câmbio”, disse Galípolo, de acordo com o “Valor”.
Além disso, o diretor explicou que isso não significa que o BC está dando uma importância diferente para a variável na análise, mas que estão “tentando ser transparentes e comunicar aos agentes o que está nos preocupando mais neste momento e o que está chamando mais a atenção”.
Galípolo sinaliza cautela sobre intervenção no câmbio
Gabriel Galípolo, diretor do BC (Banco Central), responsável pela decisão sobre uma possível intervenção no câmbio, apontou, na terça-feira (9), que não “puxaria o gatilho” para qualquer medida de alívio do dólar sem antes conseguir total apoio da autoridade monetária.
Galípolo ainda declarou a investidores, em reuniões privadas, que procuraria o consenso de outros diretores antes de qualquer decisão ser tomada no mercado cambial. As informações foram obtidas pela Bloomberg.
O diretor é cotado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para assumir a presidência do BC assim que o mandato do atual presidente, Roberto Campos Neto, encerrar em dezembro.