Gabriel Galípolo, diretor do BC (Banco Central), responsável pela decisão sobre uma possível intervenção no câmbio, apontou, na terça-feira (9), que não “puxaria o gatilho” para qualquer medida de alívio do dólar sem antes conseguir total apoio da autoridade monetária.
Galípolo ainda declarou a investidores, em reuniões privadas, que procuraria o consenso de outros diretores antes de qualquer decisão ser tomada no mercado cambial. As informações foram obtidas pela Bloomberg.
O diretor é cotado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para assumir a presidência do BC assim que o mandato do atual presidente, Roberto Campos Neto, encerrar em dezembro.
Com isso, Galípolo se encontra em uma posição difícil, precisando se equilibrar entre um chefe de Estado que exige que seja combatido o que ele entende ser uma especulação e investidores desconfortáveis com a forte influência de Lula na autarquia.
Além disso, o governo também tem esboçado o desejo de taxas de juros mais baixas, ao passo que os mercados esperam uma alta dos juros.
O dólar já acumula uma alta de aproximadamente 11% no ano, o que, consequentemente, deixa o real como a moeda emergente com pior desempenho depois do peso argentino. O real só sentiu alívio na semana passada, após o governo anunciar cortes de gastos.
Galípolo: ‘é preciso acompanhar a desvalorização do real com atenção’
O diretor de política monetária do BC (Banco Central), Gabriel Galípolo, afirmou que a economia brasileira está com um desempenho melhor e lembrou que o avanço de 2023 surpreendeu positivamente.
Segundo Galípolo, esse aquecimento sugere um processo de desinflação mais lento. Em seu entendimento, tudo aponta para uma economia com maior resiliência e dinamismo.
Galípolo participou por videoconferência de um evento na sede da FGV (Fundação Getulio Vargas), no Rio. Ele destacou que o nível atual “mais elevado” do câmbio também sugere essa redução mais lenta da inflação. Comentou que a moeda nacional tem tido uma performance pior que a de outras nações.